A formação do universo ainda está ao redor de muitos mistérios e agora, com o telescópio James Webb em pleno funcionamento, astrônomos se preparam para buscar algumas respostas. Existe a expectativa de que agora, com novas imagens e dados, seja possível visualizar algumas das primeiras galáxias do universo. 

Webb será capaz de revelar estas galáxias pela primeira vez devido à sua alta sensibilidade e capacidade de captar luz infravermelha. Há milhares de anos, o Universo passou a se expandir gradualmente, com isso, à medida que a luz emitida das estrelas começava a atravessar o espaço, qualquer estrela passou a ser muito mais distante da Terra hoje do que era há eras atrás.

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Quanto mais distante uma estrela ficava, o comprimento de onda da sua luz se esticava, originando um fenômeno conhecido como “redshift”: um aumento no comprimento de onda que leva a uma diminuição correspondente na frequência e na energia da luz.

Tanto as estrelas como as galáxias só são vistas graças um fenômeno chamado “lente gravitacional”, pelo qual a gravidade de algo extremamente rígido, como um aglomerado de galáxias, desvia a luz dos objetos que estão atrás dela, dobrando e ampliando essa luminosidade.

Assim como os humanos, os telescópios não conseguiam ver a luz infravermelha… até a chegada do James Webb, que consegue ver a velha luz estelar que foi desviada para o vermelho, de forma a se tornar infravermelha. Além disso, ele é capaz de detectar comprimentos de onda mais longos, o que possibilita uma visão de um passado remoto do espaço, permitindo o estudo de galáxias mais distantes.

De acordo com entrevista concedida ao Space.com, pelo astrônomo do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, Dan Coe, há um grande entusiasmo por parte da comunidade científica para ver os primeiros 400 milhões de anos do Universo. Um dos principais objetivos dos cientistas, quando começaram a trabalhar na confecção do James Webb há mais de duas décadas, era ver a composição das primeiras galáxias do Universo.

Estas galáxias estão tão distantes que a luz delas leva milhares de milhões de anos para chegar até a Terra. Ninguém sabe ao certo o que presumir destas relíquias cósmicas – e os cientistas mal podem esperar para descobrir. Os pesquisadores acreditam que no início essas primeiras galáxias eram menores e mais caóticas que as atuais.

A teoria existente explica que pequenos conglomerados desorganizados de estrelas atingiram formas mais complexas, como a de espiral da Via Láctea, a partir de várias colisões. A hipótese aponta que esse fenômeno também proporcionou o nascimento de novas estrelas e formou as estruturas que são vistas hoje e poderão ser melhor identificadas com as imagens de James Webb.

“Quando as galáxias colidem, elas não batem, elas meio que se afundam”, disse o vice-cientista de projecto de James Webb, Jonathan Gardner, durante um evento midiático realizado no final de junho. Segundo o Gardner, “uma vez que as galáxias são na sua maioria espaço vazio, as próprias estrelas raramente colidem umas com as outras. Mas o gás colide e pode desencadear explosões de formação de estrelas, formando a próxima geração dentro da galáxia fundida final”.

Muitos outros projetos de investigação também se concentrarão nas primeiras galáxias, incluindo vários que fazem parte da iniciativa . Os projetos atrelados ao programa Early Release Science irão se concentrar nas primeiras galáxias, e os dados dos primeiros cinco meses de funcionamento do telescópio James Webb serão liberados, para que os cientistas de todo o mundo possam aprender a utilizar as informações obtidas do equipamento de forma mais eficaz.

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