Um ministro da Tailândia assumiu que o país utiliza um software de vigilância para rastrear pessoas em situação de segurança nacional ou drogas. Durante a fala, Chaiwut Thanakamanusorn também revelou que os telefones de críticos do governo foram hackeados usando o spyware Pegasus, de fabricação israelense.

Thanakamanusorn, ministro da Economia e Sociedade Digital, afirmou no parlamento que sabe que os governantes tailandeses estão fazendo o uso do spyware em situações “limitadas”. Mas, ele não deixou claro qual agência do governo usou esse programa, qual sistema foi usado ou quais indivíduos foram analisados.

Essa fala não foi muito bem aceita pelos grupos de direitos humanos, pois acusaram o governo tailandês de utilizar definições amplas de segurança nacional como desculpa para processar ou extinguir as operações de seus oponentes.

Foi descoberto, após uma busca pela empresa de vigilância da internet do sudeste asiático Digital Reach e do Citizen Lab, que ao menos 30 críticos do governo utilizaram o spyware Pegasus entre outubro de 2020 e novembro de 2021.

Em novembro, essa investigação causou um incômodo na Apple, em relação aos seus clientes, principalmente da Tailândia, com medo deles serem alvos de “atacantes patrocinados pelo Estado”.

Ilustração representando spyware israelense, cabos numa tela
Ilustração representando spyware israelense. Imagem: Chim/Shutterstock

Chaiwut relatou que sabe que o spyware pode “ouvir ou acessar um telefone celular para visualizar a tela, monitorar conversas e mensagens”. Mas ele acrescentou que seu ministério não tem autoridade legal para usar esse software.

“É usado em questões de segurança nacional ou de drogas. Se você precisa prender um traficante de drogas, você tem que ouvir para descobrir onde estaria a queda”, afirmou Chaiwut. “Entendo que houve uso desse tipo, mas é muito limitado e apenas em casos especiais.”

A polícia tailandesa negou, em comunicado, o uso do Pegasus para vigilância ou violação de privacidade. O Pegasus tem sido usado por governos para espionar jornalistas, ativistas e dissidentes. A empresa israelense por trás dele, NSO Group, foi processada pela Apple e colocada em uma lista negra comercial dos Estados Unidos. Até o momento, o NSO Group não se pronunciou.

Via: Reuters

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!