Nos inúmeros cenários apocalípticos vindos do espaço, quão grande um evento teria que ser para que tudo o que conhecemos acabasse? Não muito, segundo um estudo conduzido pela Universidade de Toronto, no Canadá, que concluiu que a mais módica alteração na órbita de Netuno jogaria o sistema solar em desarranjo completo.
Quão módica? Coisa de 0,1% já seria mais que suficiente para bagunçar, por exemplo, a rotina de Mercúrio e Vênus, possivelmente jogando um contra o outro – e sim, nós afirmamos isso literalmente, não figurativamente.
Felizmente, isso é pouco provável de acontecer dentro do nosso tempo. Na verdade, a chance de isso acontecer de qualquer forma é bem pequena – mas não impossível. E é justamente isso que este estudo buscou estabelecer.
Nós já sabemos como a gravidade do Sol tem grande influência no nosso sistema: não só ela faz com que os planetas do nosso “bairro” girem ao redor da estrela, como também pode trazer objetos de fora para circular por aqui. Mas será que o mesmo vale pelo caminho inverso? Ou seja, objetos fora do sistema solar teriam influência no que está dentro dele?
Tecnicamente, sim: analisando cerca de 3 mil cenários que envolvem desde passagens de estrelas até 100 vezes maiores que o Sol até uma única anã vermelha com 5% do seu tamanho (mas tão densa quanto Júpiter), os cientistas analisaram que tipo de evento poderia trazer influências mais notáveis dentro do sistema solar.
Em um desses eventos, veio a alteração de 0,1% da órbita de Netuno, que possivelmente condenaria todo o sistema solar a curto, médio e longo prazo. Isso aconteceria por um motivo até simples de entender: sendo o planeta mais distante do nosso Sol, Netuno sofre os efeitos mais fracos da gravidade da nossa estrela.
Consequentemente, um objeto massivo ou com um “puxão gravitacional” mais intenso ou mais próximo poderia desviá-lo – mesmo que 0,1%. A partir daí, um “efeito dominó” entraria em efeito, bagunçando toda a harmonia do nosso sistema solar como a conhecemos.
Como dissemos, tal evento é praticamente impossível e, mesmo diante da mais remota possibilidade de isso acontecer, seria um processo que só começaria daqui milhões, talvez bilhões de anos – mais tempo do que o universo tem de idade. De acordo com os pesquisadores, o próprio Sol já teria até se apagado quando isso viesse a começar.
O estudo completo está em pré-publicação nos servidores do arXiv.
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Fonte: Olhar Digital
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