O Botafogo vive o momento mais conturbado desde que se tornou uma SAF e foi adquirido pelo empresário John Textor. Nos últimos 13 jogos do time de Luís Castro, apenas três vitórias e dez derrotas no percurso, que custaram a eliminação da Copa do Brasil e, agora, a proximidade com a zona de rebaixamento.
Neste momento, apenas três pontos separam o Botafogo do Z4, mas este número pode cair ainda nesta quinta-feira para dois. O América Mineiro, um dos clubes que lutam contra o rebaixamento, entra em campo logo mais, às 20 horas, contra o Palmeiras.
O marco dos 13 jogos é importante porque a derrota que iniciou essa contagem, contra o Coritiba, ainda na 8ª rodada do Brasileiro, foi a responsável por interromper um bom momento vivido em General Severiano. O Botafogo vinha de oito jogos de invencibilidade e alcançava, à época, sua melhor posição no campeonato, um 4º lugar. Desde então, derrotas em sequência, eliminação e protestos minam a curto prazo o que Textor e Castro projetavam levar bem mais tempo.
Botafogo Way
Quando John Textor escolheu o português Luís Castro e optou por esperar quase dois meses para oficializar o técnico, o recado já estava claro. De um lado, Textor falava sobre o “Botafogo Way“, mais que um estilo de jogo, mas uma filosofia que deveria ser cultivada no clube. O responsável pelo plantio da semente tinha que ser Luís Castro, selecionado a dedo por um reconhecido trabalho na formação de jogador em Portugal.
O início, sem grandes ambições, com o discurso de um clube recém-promovido da Série B e com contratações pontuais, entregou um surpreendente bom desempenho. Foi naquele momento, lá dos oito jogos de invencibilidade, que questinou-se se o Botafogo poderia algo mais. Textor e Castro, cientes das limitações do elenco, já desenhavam apostas mais arrojadas. Quem sabe, se o Botafogo chegar na janela de transferências do meio do ano em boas condições, não se investe mais para projetar o clube a sonhos mais altos do que se imaginava para o primeiro ano?
Acontece que o balde de água frio vem desde a reta final de maio. Há cerca de 50 dias o Botafogo vive um choque de realidade, sem as grandes contratações prometidas, seja por falta de acordo como no caso Zahavi, seja porque afinal o salto parece que não será maior que o projetado.
Até aqui, na janela de transferências, o Botafogo que muito prometia, trouxe apenas Eduardo, que deixou o futebol árabe, e Marçal, ex-Wolverhampton. Há também um princípio de acordo por Martín Ojeda, atacante que é destaque no futebol argentino.
Na 12ª posição, agora 10 pontos de distância de um G4 que já chegou a integrar, o Botafogo tem o maior desafio desde a união com Textor e Luís Castro: provar que no futebol brasileiro é possível sustentar um projeto a médio/longo prazo contra as turbulências já previstas. A dificuldade do Botafogo no Brasileiro não parece surpreender ao comando técnico e da direção, o que talvez não contassem é a pressão.
Fonte: Ogol
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