O que parece ser uma cena do filme “Os Embalos de Sábado A Noite” (1987) é, na verdade, uma foto espectrográfica da estrela HD 222925, registrada pelo observatório Gemini como forma de testar um novo instrumento especificamente desenhado para analisar espectros de luz.
O instrumento em questão foi apelidado “GHOST” (sigla em inglês para “Espectrógrafo Óptico de Alta Resolução Gemini”) e, depois de passar 10 anos em construção pelo time de engenheiros do observatório, promete avançar os estudos complementares de estrelas ao analisar seus espectros luminosos e, com sorte, descobrindo todo o histórico dos astros.
“Esta é uma conquista empolgante para astrônomos ao redor do mundo, que dependem do Gemini para estudar o universo a partir desse ponto excepcional no Chile”, disse Jennifer Lotz, diretora do observatório. “Assim que este instrumento da próxima geração for devidamente comissionado, ele será um componente essencial no kit mais básico dos astrônomos”.
O GHOST, instrumento em questão, está em fase primária de implementação: a imagem que você vê acima é o que especialistas chamam de “primeira luz” – na prática, apenas a primeira foto tirada por um instrumento telescópico para ver se ele funciona como deve e se faz bem o serviço. A ideia é permitir que cientistas por trás da operação do instrumento façam os ajustes iniciais.
A HD 222925 está localizada a cerca de 1470 anos-luz da Terra, e se encontra em um estágio bastante avançado de sua vida, o que significa que ela está emitindo luzes em todos os espectros, de forma bem intensa – ela está se aproximando de uma supernova, a explosão caótica que marca a “morte” de uma estrela.
Astros dessa idade normalmente são ótimos alvos de estudos espectrográficos pois a luz emitida por eles nos dá toda uma gama de informações. Por exemplo, a direção da luz pode nos dizer se a estrela está se movendo e qual trajetória, e variações no brilho luminoso podem revelar oscilações que ocorrem em seu corpo.
Mais além, o espectro de luz de uma estrela nos conta do que ela é feita e quais elementos são mais abundantes ou mais ausentes nela. O que, por sua vez, nos diz a sua idade e até a região onde ela se formou.
A imagem acima, no entanto, ainda não nos revelou nada de valor científico. Isso porque, como dissemos, trata-se apenas de uma foto de teste para garantir que o GHOST estivesse funcionando. A fase de comissionamento vem em seguida, onde o instrumento deverá cumprir uma série de objetivos de teste e ser ainda mais ajustado. Tudo correndo bem, o GHOST deve ficar pronto para seus primeiros experimentos científicos na metade de 2023.
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Fonte: Olhar Digital
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