Um estudo publicado no periódico Nature destaca que fósseis de ancestrais dos mamíferos já apresentavam a capacidade de manter a temperatura corporal acima da temperatura ambiente, habilidade conhecida por endotermia.
Acreditava-se que essa característica tinha surgido há cerca de 252 milhões de anos, mas, com os novos resultados, chegou-se a data, um pouco menos longínqua, de aproximadamente 233 milhões de anos.
Para conseguir essa descoberta, fósseis de diversas partes do mundo foram estudados. Em especial, remanescentes mortais, encontrados na África do Sul, foram fundamentais para determinar os rumos da pesquisa.
Mamíferos com sangue quente
Iniciado para averiguar mudanças nos canais semicirculares dos ouvidos desses animais antigos, um aspecto bem específico da evolução, o escrutínio revelou que conforme a temperatura corporal aumenta, o líquido contido dentro do canal auditivo fica mais viscoso e altera a anatomia das estruturas que o compõem. Esta é uma medida adaptativa para que o labirinto, importante estrutura do ouvido interno, não perca sua funcionalidade.
Técnicas de tomografia computadorizada e modelagem 3D foram utilizadas para que o ouvido interno desses animais pudesse ser reconstruído. Em nota, o pesquisador de pós-doutorado no Museu de História Natural de Paris, na França, e autor principal do artigo, Romain David, disse que “durante a transição para a endotermia, foram necessárias adaptações morfológicas para manter o desempenho ideal, e pudemos rastreá-las em ancestrais e mamíferos”.
Outro autor do artigo, o investigador júnior do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear da Universidade de Lisboa, em Portugal, Ricardo Araújo, destacou o rápido tempo geológico que levou a essa evolução: menos de 1 milhão de anos.
Via: AAAS
Fonte: Olhar Digital
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