Primeira parte da construção está em órbita desde abril de 2021; ainda falta a terceira, que deve ser lançada antes do fim de 2022
A China lançou neste domingo, 24, o segundo dos três módulos da estação espacial que está construindo, uma etapa crucial para a conclusão do ambicioso projeto. O módulo, chamado Wentian, pesando cerca de 20 toneladas e sem um astronauta a bordo, foi impulsionado por um foguete Longa Marcha 5B às 14h22 (03h22 no horário de Brasília) do centro de lançamento de Wenchang, na ilha tropical de Hainan, no sul da China. Centenas de pessoas se alinharam nas praias ao redor para tirar fotos do foguete subindo ao céu em meio a uma nuvem de fumaça branca. Após oito minutos de voo, “Wentian se separou com sucesso do foguete para se colocar na órbita planejada”, comemorou a agência espacial encarregada de voos tripulados CMSA, que descreveu o lançamento como “sucesso total”.
Com cerca de 18 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro, este módulo laboratorial será acoplado ao Tianhe, o primeiro módulo da estação que já está em órbita desde abril de 2021. A operação é um desafio para a tripulação, pois exige várias manobras de alta precisão, algumas delas por meio de um braço robótico. Dotado de três espaços para dormir, banheiros e cozinha, o novo módulo também conta com setores para experiências científicas. Wentian também servirá como plataforma para controlar a estação espacial em caso de problemas técnicos.
Batizada de Tiangong (“Palácio Celestial”), mas também conhecida pela sigla CSS (Chinese Space Station), a estação espacial deve estar totalmente operacional até o final do ano. Depois de Wentian neste fim de semana, os três astronautas da missão Shenzhou-14, atualmente na estação espacial, receberão outro módulo de laboratório, o Mengtian, inicialmente durante o mês de outubro. A estação terá então sua forma final em “T”. Será semelhante em tamanho à antiga estação espacial soviético-russa Mir. Sua expectativa de vida seria de pelo menos 10 anos. “O CSS será concluído em apenas um ano e meio, o ritmo mais rápido da história para uma estação espacial modular”, disse Chen Lan, analista do portal Go Taikonauts.com, especializado no programa espacial chinês. “Em comparação, a construção da Mir e da Estação Espacial Internacional (ISS) durou 10 e 12 anos, respectivamente”, acrescentou.
Quando o Tiangong estiver concluída, a China poderá realizar pela primeira vez uma troca da tripulação em órbita. Essa troca deve ocorrer em dezembro, quando os astronautas da missão Shenzhou-14, atualmente na estação espacial, abrirem espaço para os da Shenzhou-15. A China foi forçada a construir sua própria estação após a recusa dos Estados Unidos em permitir que ela participasse da ISS. O gigante asiático vem investindo bilhões de dólares em seu programa espacial há várias décadas. A China enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003. Em 2019, o país colocou um aparelho na face oculta da Lua, um evento inédito em todo o mundo. Em 2020, a China coletou amostras do satélite da Terra e, no ano seguinte, enviou um pequeno robô a Marte. A China também planeja enviar humanos à Lua por volta de 2030.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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