A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou, na quinta-feira (28), que registrou três casos de varíola dos macacos em crianças da capital. De acordo com informações da pasta, divulgadas pela CNN, as duas meninas e um menino tem entre quatro e seis anos e estão sendo monitorados, embora não apresentem quadro grave. 

Na sexta-feira (29), o Brasil confirmou a primeira morte relacionada a doença. Segundo o Ministério da Saúde, o paciente era um homem de 41 anos de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. A vítima tratava outras doenças, incluindo um câncer, o que agravou o seu estado de saúde. 

Varíola dos Macacos
Varíola dos macacos: Prefeitura de SP confirma contaminação de 3 crianças. Imagem: Shutterstock/Tatiana Buzmakova

Até agora, segundo boletim do Ministério da Saúde publicado na quinta-feira (28), o Brasil possui 1.066 casos de varíola dos macacos – não foi informado se os casos das crianças de São Paulo estão incluídos. 

O atendimento para casos suspeitos está disponível em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e pronto atendimentos.  

Varíola dos macacos é emergência global de saúde 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou recentemente o surto de varíola dos macacos como uma “emergência global de saúde pública”. Ao todo, são mais de 16,5 mil casos confirmados em mais de 70 países. 

Para o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), os mesmos erros da pandemia da Covid-19 estão sendo cometidos agora, com a varíola dos macacos. Nésio Fernandes, médico sanitarista, secretário de saúde do Espírito Santo e presidente do Conass, disse que o Brasil precisa ampliar a testagem, atualizar as orientações de isolamento de casos e correr atrás de vacinas. Essas são as ações mais urgentes no combate à doença, antes que a crise se agrave. 

“Na nossa avaliação, o Brasil corre o risco de repetir os erros cometidos no começo da pandemia de Covid-19. Com o coronavírus, não tivemos critérios de testagem para casos suspeitos logo no início. À época, isso impediu que o país conhecesse o real tamanho do problema com o qual estávamos lidando”, disse, em entrevista à BBC Brasil.