A Coreia do Sul enviará sua primeira sonda lunar nesta quinta-feira (4), após um pequeno adiamento. O feito, apesar de contar com a parceria de agências estrangeiras, mostra o interesse do país em construir sua história espacial após um retrospecto recente de evolução tecnológica. Além do orbitador Korea Pathfinder Lunar Orbiter (KPLO), também conhecido como Danuri, estarão a bordo do foguete da SpaceX, Falcon-9, outros equipamentos coreanos e norte-americanos.

A previsão é de que o lançamento ocorra às 20h08 (horário de Brasília), da plataforma 40, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). Esse acontecimento marca a chegada de uma nova era da exploração lunar com a colaboração de múltiplas empresas e diversos países.

Se a missão, que custou aproximadamente 200 milhões de dólares, decolar ainda nesta semana, os equipamentos devem chegar à órbita da Lua no dia 16 de dezembro.

Dentre os objetivos desta missão, está a abertura de novos caminhos para a exploração lunar dos sul-coreanos. A intenção é de que a sonda permaneça a 100 quilômetros acima da superfície lunar, por cerca de um ano, para que os cientistas consigam obter informações robustas sobre a Lua.

Trajetória da sonda lunar coreana. Créditos: Kari (Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia do Sul)

O grande diferencial promovido pelo orbitador coreano, de acordo com a Science, é a Câmera Polatimétrica Grande Angular (PolCam). Ela será responsável por captar a polarização da luz solar, refletida em vários ângulos das partículas da superfície lunar, revelando detalhes sobre quase toda a Lua.

O pesquisador do Kari (Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia do Sul), Eunhyeuk Kim, declarou que “usando os instrumentos científicos, estamos esperando obter dados úteis da superfície lunar.”

ShadowCam, companheiro de missão do Danuri

Além do orbitador coreano, há outros seis instrumentos a bordo. Cinco deles foram desenvolvidos na Coreia do Sul e um nos Estados Unidos.

O dispositivo da Nasa que será enviado dentro do foguete Falcon-9 é a ShadowCam, um instrumento elaborado pela Universidade do Estado do Arizona e a empresa Malin Space Science Systems, ambas nos EUA. Trata-se de uma nova versão da Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), que opera desde 2009, e é utilizada para fotografar regiões iluminadas da Lua.

A ShadowCam será capaz de fazer imagens de regiões sombreadas da Lua com tecnologia de alta resolução e sensibilidade centenas de vezes maior que a da LRO. Esse instrumento será terá como objetivo compreender o lado oculto da Lua e buscar por água e gelo nessa região.