A Rússia anunciou que vai lançar satélites militares. O movimento levantou rumores de que esses dispositivos possam ter o objetivo de espionar secretamente um satélite de outro país, no caso, os Estados Unidos. Observadores externos acreditam que não haverá violação de tratados ou de quaisquer direitos internacionais. No entanto, esse tipo de situação ajuda a aumentar ainda mais a crescente tensão entre os dois países, que se amplificou com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Os satélites russos, Kosmos 2558, estão no mesmo plano e altitude orbital do americano EUA 326. De acordo com o blog do Marco Langbroek, responsável por rastrear objetos na órbita da Terra, o satélite norte-americano foi lançado em fevereiro do ano passado e, provavelmente, trata-se de um dispositivo IMINT eletro-óptico de nova geração. Esse tipo de ferramenta é utilizada para obter imagens e informações para o serviço de inteligência, por exemplo.
Se as suspeitas se confirmarem, há dois satélites espiões, um bisbilhotando o outro. Langbroek afirma que “será interessante seguir os dois satélites [nas próximas semanas] para ver o que acontece”.
Em entrevista à Time, o chefe de operações espaciais da Força Espacial dos EUA, o general John “Jay” Raymond, disse que esse tipo de atitude é “incomum e perturbadora”, além de ter o “potencial de criar uma situação perigosa no espaço”.
Satélites espiões
O governo dos EUA já expressou as sua preocupação, por vias diplomáticas, com Moscou. Principalmente porque essa situação é encarada como uma ameaça direta a um dispositivo americano específico. Em geral, os observadores temem uma nova escalada de hostilidades não intencionais entre esses adversários de longa data.
Além disso, o general declarou que “está claro que a Rússia está desenvolvendo capacidades em órbita que buscam explorar nossa dependência de sistemas espaciais que alimentam nosso modo de vida americano”.
Os satélites estão relativamente próximos, com altitude semelhante. Um encontro entre eles pode ocorrer por volta do dia 4 de agosto, desde que nenhum deles dois faça manobras significativas ao longo do percurso.
Lembrando que os dois países já entraram em conflito recentemente por conta da Estação Espacial Internacional (ISS), com os russos ameaçando deixar o projeto antes de 2030, data vista como limite para o funcionamento do módulo espacial.
Via: Space.com
Fonte: Olhar Digital
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