Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Haddad, Tarcísio e Garcia nacionalizam disputa e trocam ataques em primeiro debate na TV

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Atual governador se esquivou da polarização Lula-Bolsonaro e disse que briga política prejudica o Estado; ex-ministro recebeu ‘boas-vindas’ a SP e foi questionado sobre padrinhos políticos

Se em alguns Estados, como na Bahia, alguns dos principais candidatos tentam distanciar da polarização Lula-Bolsonaro das eleições locais, em São Paulo o cenário é completamente oposto. O primeiro debate entre os candidatos ao governo paulista na televisão, que aconteceu neste domingo, 7, promovido pela BandNews, evidenciou a influência da disputa nacional na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Logo nos primeiros minutos, menções diretas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorreram em ataques mútuos. Ao responder uma questão sobre educação feita por Fernando Haddad (PT), por exemplo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) questionou a plateia sobre “qual foi o pior prefeito de São Paulo”, em clara provocação ao petista, que rebateu: “Digita no Google a palavra genocida e veja o que aparece”, disse Haddad, que mencionou as mais de 600 mil mortes pela Covid-19 e culpou o governo federal. “E pior que isso, foi cortar o auxílio emergencial antes de vacinar as pessoas. Vocês são responsáveis pela crise que estamos vivendo. Lamento você já vir com tom de agressividade falando de Deus”, disse o petista, que minutos antes havia dado “boas-vindas” ao ex-ministro da Infraestrutura no Estado.

Além de Lula e Bolsonaro, o nome do ex-governador João Doria (PSDB) também foi citado algumas vezes durante o debate. Em uma delas, Tarcísio questionou “onde estaria” o tucano, que desistiu da vida pública e de concorrer à presidência da República por falta de apoio do próprio partido. A despeito do embate, Rodrigo Garcia (PSDB) negou o apadrinhamento político e, em diversos momentos, se colocou contrário à polarização no Brasil e ao confronto direto com os concorrentes. “São Paulo não quer ir para direita ou esquerda, São Paulo quer ir para frente”, disse, citando inúmeras vezes que o Estado “quer paz” e não que a polarização nacional traga reflexos no Estado. “É a briga política que só está prejudicando vocês. Não quero essa briga para São Paulo, quero que São Paulo tenha paz para continuar trabalhando e seguindo em frente.” Além de Haddad, Tarcísio e Garcia, outros dois candidatos participaram do debate: Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).

O primeiro candidato a se apresentar foi Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo. O atual governador também defendeu que seja feita uma “campanha limpa para debater o futuro de São Paulo” e exaltou que a sua proposta é manter as conquistas que vem transformando o Estado nos últimos anos. “Não estou para falar do passado, nós temos que olhar pra frente. Temos muitos desafios em São Paulo que conseguimos resolver com as nossas ações e desafios que vão depender se o Brasil cresce nos próximos anos. Estou aqui para defender São Paulo, cuidar de São Paulo e ajudar quem vive”, mencionou. Sobre a Cracolândia, pergunta que iniciou o debate, ele reconheceu que é, indiretamente, um desafio do Estado. “A Cracolândia precisa de ação para os dependentes químicos e ações policiais para os traficantes, tenho apoiado o prefeito Ricardo Nunes. Não fecho os olhos para esse problema, estamos trabalhado par a minimizar.

Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, iniciou agradecendo a Deus pela sua vida. Na sequência, ele defendeu principalmente temas acesso ao crédito para mulheres, redução tributária, capacitação profissional, privatização, obras, ações feitas à frente no Ministério da Infraestrutura e programas habitacionais. No aspecto da Educação, o candidato reforçou as dificuldades do Estado, citando falta de professores, novo ensino médio sem itinerários formativos, evasão escolar e prejuízos da pandemia. “Precisamos recuperar o tempo perdido e isso vai envolver combater a evasão escolar e tudo isso tem a ver com política de transferência de renda e assistência à família”, afirmou, prometendo criar o programa Jovem Aprendiz Paulista, se eleito. “Tenho certeza que vamos conseguir melhorar. Não é possível que São Paulo tenha 90% dos alunos sem proficiente em português e matemática. Se não der as ferramentas e competências, os jovens não terão esperança.” O ex-ministro foi questionado por Vinícius Poit sobre alinhamento com Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, mas ele não respondeu sobre a influência do ex-deputado, afirmando apenas que escolher nomes técnicos para o governo.

Assim como Freitas, Vinícius Poit (Novo) também falou sobre temas relacionados a violência contra mulheres, assédio, empreendedorismo na educação e iniciativas para os empreendedores. Em suas falas, a principal crítica foi direcionado ao Fundão Eleitoral, citando em diversas ocasiões melhorias que poderiam ser entregues ao Estado com o valor dos recursos. “Meu partido e o único que não usa o seu dinheiro para fazer Santinho, fazer política. Ao ser questionado sobre fome e desigualdade social acentuada na pandemia, com 18% da população de São Paulo abaixo da linha da pobreza, Vinícius defendeu a existência de programas sociais, mas lembrou que é preciso “dar o peixe, dar a vara, criar o ambiente de pescaria e deixar a pessoa saber se virar”. “A gente precisa dar o peixe, mas tem que dar liberdade, dignidade para essas famílias para sair dessa e não ficar dependendo do Estado”, defendeu, falando em propostas de assistência social com desenvolvimento social. 

Por sua vez, Elvis Cezar (PDT), relembrou inúmeras vezes programas e ações que desenvolveu enquanto prefeito de Santana da Parnaíba. Sobre a Cracolândia, ele reforçou que é um problema do governo estadual e prometeu tratar o tema com a mesma eficiência que fez no município. “Nenhum morador morará na rua no meu governo, todos vão ter emprego

O último a fazer a apresentação inicial foi Fernando Haddad (PT). Durante duas falas, o ex-prefeito de São Paulo fez muitos acenos ao seu mandato à frente da Prefeitura e exaltou a educação. “É cuidar das pessoas, das nossas crianças e jovens que não tem a educação que merecem, os idosos que não tem saúde que merecem e os trabalhadores e trabalhadoras que não tem a segurança que merecem. Vamos transformar São Paulo”, disse Haddad.

*Mais informações em instantes

 

Fonte: Jovem Pan News

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