O Tribunal de Contas da União usará a inteligência artificial para combater o desvio de dinheiro público. Para se ter uma ideia, o TCU recebe cerca de 2 mil denúncias por ano.
“Análises semânticas de textos com base em algoritmos inteligentes e modernos poderiam alavancar avanços na área processual. Além disso, muitas decisões são repetitivas. São dezenas, centenas e até milhares de vezes que decidimos questões repetidas usando a boa, demorada e cara inteligência natural”, comentou o ministro Aroldo Cedraz em junho deste ano, quando a Corte realizou, sob a relatoria de Cedraz, levantamento com o objetivo de avaliar o estágio atual e perspectivas de utilização da IA na administração pública federal (APF).
Na época, o Tribunal de Contas afirmou que “mais de um terço (38%) das organizações federais estão no nível zero de maturidade em IA, ou seja, não utilizam e sequer planejam utilizar essa tecnologia exponencial. Um outro terço da APF (33,5%) se encontra no nível 1. Isso significa que já estão tendo conversas internas sobre a inteligência artificial, mas de modo ainda especulativo. Cerca de três em cada dez instituições da APF (28,5%) se localizam nos níveis 2, 3 ou 4 de maturidade em IA. Sendo a maior parte delas (17,1% do total), na fase de experimentação, com provas de conceito elaboradas ou já em fase piloto. Em torno de 8% das organizações federais estão na fase de estabilização, com os primeiros projetos de IA em produção. Apenas 3,4% do total já está no nível 4, expandindo para novos projetos de IA”.
De acordo com o TCU, o custo será de R$ 6,2 milhões e o projeto que usará técnicas de “tuning” será realizado pelo consórcio formado pela Neuralmind e Terranova Consultoria. Ambas estão instaladas no Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Outros 17 projetos participaram da concorrência pública.
“Apesar de o projeto carregar grau de incerteza maior, em função do estágio ainda incipiente da rota tecnológica proposta, a ideia que baseará a IA será vantajosa em caso de sucesso, pois é a aposta de grandes players do mercado, como Nvidia, Google, Microsoft e OpenAI”, explicou a Corte.
“O TCU é destaque em inteligência artificial na Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai). Já temos alguns sistemas de robôs que foram desenvolvidos pelo próprio Tribunal. Para tanto, nossos parâmetros foram a ausência de preconceitos nos algoritmos, bem como a transparência em seu processamento”, completou Cedraz.
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Fonte: Olhar Digital
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