Durante o 26º voo do helicóptero Ingenuity em Marte, feito em abril deste ano, ele captou imagens do paraquedas e da carenagem pertencentes ao hardware de Entrada, Descida e Pouso (EDL) que o ajudou a pousar na superfície marciana, junto com o veículo explorador de solo Perseverance, em fevereiro de 2021. O próprio rover também já fotografou destroços do módulo de pouso.

Pedaços do hardware de Entrada, Descida e Pouso (EDL) da missão Mars 2020, composta pelo rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity, que fez esse registro em abril deste ano. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Depois de cumprir seu papel, o EDL (que também continha um escudo térmico e um braço robótico) acabou se partindo em diversos pedaços, que se espalharam nos arredores da região de pouso pela força da queda e também pela ação do vento, ao longo dos meses.

Durante os quase 18 meses de missão do rover Perseverance, a equipe avistou e catalogou cerca de meia dúzia de peças que se suspeitam fazer parte do EDL. A primeira foi descoberta em 16 de abril deste ano, quando um objeto extraordinariamente brilhante foi registrado de longe pela Mastcam-Z.

Dois meses depois, o rover Perseverance chegou a esse lugar no delta, chamado Hogwallow Flats, e fotografou de perto o objeto misterioso, suspeito de ser um pedaço do escudo térmico, denominado isolamento multi-camada (MLI), feito de Alumínio Perfurado Kapton (PAK) ou Mylar.

Imagem registrada pelo rover Perseverance, da NASA, em Marte, mostra o que parece ser um punhado de espaguete. Na verdade, trata-se de um pedaço de rede Dacron, uma fibra de poliéster usada na confecção de cobertores térmicos. Imagem: NASA/JPL-Caltech

Na mesma região, o rover também registrou um embolado “espaguete”, que, segundo a NASA, vem a ser um pedaço de rede Dacron, uma fibra de poliéster usada na confecção de cobertores térmicos. 

Curiosamente, Hogwallow Flats está a mais de 2 km das zonas de queda do hardware EDL. “Hogwallow Flats parece ser um ponto de coleta natural para detritos EDL, levados com o vento”, diz um comunicado publicado no blog da missão.

Conforme destaca o site Space.com, por enquanto, pousar naves espaciais com segurança em Marte é a prioridade número um, mas à medida que continuamos a pousar veículos de exploração no planeta, os pesquisadores precisarão considerar os efeitos desse lixo espacial. “Os engenheiros que projetam hardware EDL para futuras missões precisarão considerar o impacto (literalmente) de seus projetos em Marte e nos requisitos da missão”, diz o comunicado da NASA.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!