Durante o 26º voo do helicóptero Ingenuity em Marte, feito em abril deste ano, ele captou imagens do paraquedas e da carenagem pertencentes ao hardware de Entrada, Descida e Pouso (EDL) que o ajudou a pousar na superfície marciana, junto com o veículo explorador de solo Perseverance, em fevereiro de 2021. O próprio rover também já fotografou destroços do módulo de pouso.
Depois de cumprir seu papel, o EDL (que também continha um escudo térmico e um braço robótico) acabou se partindo em diversos pedaços, que se espalharam nos arredores da região de pouso pela força da queda e também pela ação do vento, ao longo dos meses.
Durante os quase 18 meses de missão do rover Perseverance, a equipe avistou e catalogou cerca de meia dúzia de peças que se suspeitam fazer parte do EDL. A primeira foi descoberta em 16 de abril deste ano, quando um objeto extraordinariamente brilhante foi registrado de longe pela Mastcam-Z.
Dois meses depois, o rover Perseverance chegou a esse lugar no delta, chamado Hogwallow Flats, e fotografou de perto o objeto misterioso, suspeito de ser um pedaço do escudo térmico, denominado isolamento multi-camada (MLI), feito de Alumínio Perfurado Kapton (PAK) ou Mylar.
Na mesma região, o rover também registrou um embolado “espaguete”, que, segundo a NASA, vem a ser um pedaço de rede Dacron, uma fibra de poliéster usada na confecção de cobertores térmicos.
Curiosamente, Hogwallow Flats está a mais de 2 km das zonas de queda do hardware EDL. “Hogwallow Flats parece ser um ponto de coleta natural para detritos EDL, levados com o vento”, diz um comunicado publicado no blog da missão.
Conforme destaca o site Space.com, por enquanto, pousar naves espaciais com segurança em Marte é a prioridade número um, mas à medida que continuamos a pousar veículos de exploração no planeta, os pesquisadores precisarão considerar os efeitos desse lixo espacial. “Os engenheiros que projetam hardware EDL para futuras missões precisarão considerar o impacto (literalmente) de seus projetos em Marte e nos requisitos da missão”, diz o comunicado da NASA.
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Fonte: Olhar Digital
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