Especialistas estão intrigados com o buraco e tentam desvendar o mistério; duas hipóteses são trabalhadas: eventos naturais e ganância do ser humano
Uma cratera que surgiu misteriosamente no Deserto do Atacama, no Chile, no dia 30 de julho, continua intrigando os cientistas. Isso porque o buraco dobrou de tamanho e agora se estende por 50 metros de diâmetro e tem 200 metros de profundidade. Tamanho o suficiente para caber seis estátuas do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, frente a frente, com os braços esticados, o Arco do Triunfo da França e o Space Needle de Seattle. A profundidade da cratera, fez o Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile ordenar que os trabalhos fossem interrompidos na região. A origem do buraco ainda segue um mistério. Geólogos ouvidos pela BBC News Mundo trabalham com duas hipóteses. A primeira é relacionada aos eventos naturais, como as fortes chuvas que atingiram a região em julho. Segundo o geofísico chileno Cristian Farías, diretor de construção civil e geologia da Universidade Católica de Temuco, no Chile, “quando cai muita água da chuva em solos com alto teor de gesso, a água percola e corrói toda a parte inferior por vários dias, o que tira a sustentabilidade da parte superior e acaba gerando colapso”, disse à BBC.
A segunda teoria, está associada a ganância do ser humano. De acordo com Cristóbal Muñoz, diretor da ONG informativa Red Geocientífica de Chile, companhia de mineração Candelaria, que explora uma jazida de cobre em Tierra Amarilla, “tinha uma projeção prevista para extrair 38 mil toneladas de minério, mas extraiu cerca de 138 mil toneladas”, disse o especialista em entrevista à BBC, acrescentando que essa superexploração dos minerais pode ter desestabilizado o solo, desviando águas subterrâneas do seu curso natural e esvaziando os aquíferos, gerando espaços que favorecem o terreno a ceder e cair devido ao seu próprio peso. Essa não é a primeira vez que um fenômeno como esse acontece na região. Inicialmente, a cratera perto da cidade de Tierra Amarilla media cerca de 25 metros de diâmetro e era possível ver água no fundo. O serviço de geologia e mineração disse que havia instalado bombas de extração de água na mina e que nos próximos dias investigará as câmaras subterrâneas da mina para tentar identificar uma possível extração excessiva. Autoridades locais expressaram preocupação que a mina de Alcaparrosa possa ser inundada debaixo da terra, desestabilizando a terra ao redor. Seria algo “completamente fora do normal”, disse o prefeito de Tierra Amarilla, Cristóbal Zúñiga, à imprensa local. Em 2013 uma cratera de 20 metros de comprimento e 30 metros de largura com 30 de profundidade apareceu também devido à operação de mineração.
*Com informações da Reuters
Fonte: Jovem Pan News
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