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Lula critica ‘clima de irritação’ e diz que Brasil atual é ‘muito pior’ que em 2003

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Em sabatina na Fiesp, presidente defendeu as urnas eletrônicas, disse que STF ‘não pode fazer política’ e reforçou que não pensa em reeleição, caso vença em outubro: ‘Só quatro anos’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República, afirmou nesta terça-feira, 9, que a situação atual do Brasil é pior do que ele encontrou em 2003, quando foi eleito pela primeira vez ao Executivo Federal. Durante sabatina na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Lula mencionou que ao deixar a presidência em uma situação de Brasil “tão confortável”, imaginou que o país, 12 anos depois, estaria à frente da França, o que não aconteceu. “É muito pior do que o Brasil que nós deixamos, com a situação degradante de falta de credibilidade das instituições, a nossa dívida voltou a crescer, o desemprego, a fome voltou a crescer mais do que a gente tinha. Estamos voltamos para consertar esse país de uma situação muito pior do que peguei em 2003”, mencionou o ex-presidente. Na visão de Lula, a situação do Brasil é pior porque a sociedade está desgastada politicamente, pelo que ele chamou de “clima de irritação”, que afasta os brasileiros e o país de nações vizinhas como Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, por exemplo. “Brasil precisa voltar à normalidade. Cada um no seu galho, cada macaco no seu galho. Nem a Suprema Corte pode fazer política e nem o Congresso pode fazer o papel da Suprema Corte. É preciso estabelecer uma certa normalidade.”

Outros temas abordados pelo candidato à presidência incluem a reforma tributária, educação, Orçamento Secreto, responsabilidade fiscal e também urnas eletrônicas. Para ele, o sistema eleitoral brasileiro é um dos “mais perfeitos do mundo” e a alternância de presidentes reforça sua segurança e confiança. “Se pudessem roubar [a eleição]. eu não estaria lá. Se pudesse roubar pelo voto eletrônico, Dilma não teria ganhado as eleições de 2014. Esse cidadão [presidente Jair Bolsonaro] que é eleito pela urna há anos, qual o direito ele tem de colocar as urnas em suspeição? Que negócio é esse das Forças Armadas se meterem e fiscalizar?”, questionou Lula, sem mencionar diretamente o nome do atual presidente da República. O petista também pediu uma renovação ao Congresso Nacional, afirmando que o “futuro do Brasil depende do que for feito nos primeiros seis meses”. “Não estou voltando para ser presidente para fracassar. Estou voltando porque sei que a situação está pior e sei que vamos resolver esse problema. vamos dar jeito nesse país e isso significa acabar outra vez com a miséria, porque em 60 anos andando nessa cidade [São Paulo], nunca vi a quantidade de desgraça nas ruas como estamos vendo. Não pode ser normal o terceiro maior produtor agrícola do mundo ter 33 milhões de pessoas passando fome”, completou o candidato, que disse não pensar em reeleição. “É só quatro anos que tenho. Ninguém gosta que eu diga isso. Não posso chegar com 81 anos, se ganhar as eleições, e querer reeleição. Aí é demais. Quero dedicar quatro anos da minha vida e depois vou namorar, casado de novo. Com 81 anos, eu vou viver a minha vida”, finalizou.

Diferente dos demais candidatos que já participaram de sabatina no Fiesp, Lula quis dividir seu tempo de fala com Aloizio Mercadante e Geraldo Alckmin. O primeiro a falar foi o ex-ministro, expondo os principais do plano de governo, como sustentabilidade e meio ambiente, combate prioritário à fome, novo Bolsa Família, qualificação de mão de obra, estudo técnico e reindustrialização, em aceno direto aos convidados presentes, afirmando que a indústria é o “coração do desenvolvimento”. Segundo o Aloizio, a chapa Lula-Alckmin já recebeu centenas de propostas de governo da sociedade, incluindo 350 textos de entidades. A proposta é que, se eleito, todas as propostas sejam encaminhadas às equipes de transição para avaliação de cada ideia. “Se tem alguém que sabe escutar e dialogar é o presidente Lula. O mundo está precisando de lideranças como o presidente Lula”, disse Aloísio. Na sequência, o ex-governador Geraldo Alckmin assumiu a palavra, também falando sobre a influência do ex-presidente para melhorar a agenda de competitividade e fazer o Brasil voltar a crescer de forma inclusiva, com estabilidade da inflação e com sustentabilidade. “Presidente Lula é um homem reconhecido no mundo inteiro e vai recolocar o Brasil na economia mundial. O Brasil vai ter o protagonismo que deve ter”, exaltou o candidato a vice-presidente.

Alckmin também reforçou a união, considerada antes improvável, com o petista e falou sobre a Carta em Defesa da Democracia, publicada no site da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e apoiada pela Fiesp. Sobre a aliança, o ex-governador de São Paulo afirmou que o “caminho é o diálogo”, porque quem ouve mais, erra menos. “Por isso estamos juntos. As caneladas ficaram para trás, os olhos tem que ficar para frente. E o hit das paradas é Lula com Chuchu, sucesso absoluto”, afirmou Alckmin, aos risos, recebendo em outro momento um um aceno semelhante do petista. “Quando perceberem o sabor de Lula com chuchu, esse Brasil vai voltar a crescer”, também reforçou o ex-presidente. Sobre a Carta da Democracia, Alckmin agradeceu a Fiesp pelo posicionamento, afirmando que “as pessoas passam, mas as instituições ficam”. “A nação é mais importante que governo. Governo é o braço político do Estado, a nação é a nossa língua, nossa cultural, nossa religião, a luta dos que já morreram. A nação assinou a carta aos brasileiros, são valores, princípios, permanentes dessa nação fraterna que é a população brasileira”, concluiu.

Fonte: Jovem Pan News

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