Nas semanas que prosseguiram a invasão da Rússia contra a Ucrânia, o palácio presidencial da capital russa, o Kremlin, determinou como crime qualquer coisa que considerassem “informação falsa” sobre as empresas estatais ou sobre a guerra na Ucrânia, e o TikTok foi alvo de banimento.
Como resposta, o TikTok suspendeu o live streaming e o novo conteúdo da plataforma para os usuários que criaram as contas dentro do país, a partir do dia 6 de março.
Porém, um novo relatório divulgado nesta quarta-feira (10) pelo chefe de pesquisa do Mozilla Firefox, Salvatore Romano, mostrou que algumas contas criadas na Rússia continuaram a enviar vídeos para a rede social sem nenhum problema no caminho. Essas publicações foram nomeadas de “shadow-promotion”, promoção de sombras, por Salvatore.
Ao contrário da proibição de sombras, onde os criadores de conteúdo publicam conteúdos que alguns algoritmos suprimem, a promoção de sombras do TikTok deixa os vídeos fora dos perfis dos criadores, porém, promove esses vídeos nas For You de outros usuários. “Isso é algo que nunca vimos”, diz o chefe de pesquisa.
Em certas situações, algumas contas verificadas contornavam totalmente a proibição usando novos conteúdos e mostrando-os tanto nos próprios perfis quanto na timeline de outras pessoas.
Os pesquisadores guiaram o estudo do caso entre maio e julho deste ano. Usaram VPNs para circular pelo TikTok com os endereços IP vindos da Rússia. Fizeram isso para que fosse possível ter uma noção do que o aplicativo poderia fazer quando a uma conta criada no país do bloqueio.
Usando a BBC como exemplo, se acontecesse de um usuário seguir uma conta internacional, eles não poderiam assistir a nenhum vídeo do perfil, mas o conteúdo que foi postado antes da proibição ainda estaria visível, até mesmo na For You.
Entretanto, se algum usuário quisesse seguir alguma empresa estatal russa, como a Sputnik News, receberiam novos conteúdos em sua For You a partir desse perfil, mesmo que estivesse vazio.
“Para não perder de vez o mercado russo, a plataforma está tentando colocar de volta algumas características e alguns conteúdos sem ir contra a lei da Rússia de forma descarada”, diz Salvatore.
Ao contrário do Google, que foi multado em US$ 370 milhões (mais de R$ 1.8 bilhões) em julho pela federação russa, por não ter retirado o conteúdo do YouTube que o país considerou “falso”, o TikTok está sofrendo bem menos pressão do Kremlin.
Fonte: Olhar Digital
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