Aparecimento das rochas significa mau presságio; ‘se você me ver, chore’, diz uma das inscrições que está localizada na bacia do rio Elba
Além das altas temperaturas que atingem os países da Europa, o continente também sofre com a seca dos rios que tem feito itens que estavam submersos reaparecerem, como uma bomba da Segunda Guerra Mundial nas águas do rio Pó, na Itália. Agora, quem ressurgiu foram as chamas Pedras da Fome, rochas que estão localizadas nos leitos dos rios e que só aparecem quando o nível da água está baixo. Elas são comuns em toda a Europa Ocidental. Entretanto, seu aparecimento, segundo uma reportagem da BBC News, não é visto com bons olhos, pois está associada a um presságio sobre período de miséria. A razão que fez com que surgisse um alerta na região, é porque o aparecimento dessas pedras costuma anunciar pobreza e carestia. Os problemas de seca enfrentados hoje são menores que os do passado devido aos recursos logísticos, entretanto, antes, a região que hoje é ocupada por Alemanha, República Tcheca, Eslováquia, Áustria e Hungria, era dependente de terras férteis ao longo das margens dos rios para produzir alimentos, e a falta de água arruinava plantações e tornava difícil ou impossível a navegação nos rios, que era por onde os alimentos, suprimentos e carvão chegavam. Com isso, o sustento das famílias era ameaçado, e depois da seca vinha a fome, o que desencadeou o nome hungersteine (Pedras da Fome).
As Pedras da Fome são do século 15 e 19, e foram marcadas pelas populações que viviam na região. As anotações são mensagens que falam sobre as catástrofes desencadeadas pela falta de água e lembrança das dificuldades sofridas durante as secas. “Se você me ver, chore” (“Wenn du mich siehst, dann weine”, em alemão), diz uma das pedras, que também é apontada como a mais antiga encontrada na bacia do rio Elba. Ela foi escrita em 1616. Essa Pedra da Fome é uma das mais conhecidas e famosas, isso porque os habitantes marcaram todas as grandes secas que a região enfrentou. Segundo a BBC, um estudo publicado em 2013 por uma equipe tcheca, os anos 1417, 1616, 1707, 1746, 1790, 1800, 1811, 1830, 1842, 1868, 1892 e 1893 podem ser lidos na pedra. Elas também apareceram em outras ocasiões ao longo do século 20, como em 1904, 1918, 1928, 1963, 2003, 2015 e 2018 – as últimas três datas apresenta um período menor devido à acentuação das mudanças climáticas. “A vida florescerá novamente quando esta pedra desaparecer”, “Quem uma vez me viu, chorou. Quem me vê agora vai chorar” e “Se você vir essa pedra de novo, vai chorar. A água estava baixa até aqui no ano de 1417”, são outras inscrições que podem ser lidas nas pedras.
Fonte: Jovem Pan News
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