Ahmad Abouammo, de 44 anos, foi declarado culpado por ter descoberto dados privados de alguns utilizadores do Twitter enquanto era funcionário da rede social. Esses materiais foram divulgados para a Arábia Saudita.
Depois do julgamento, que durou duas semanas, o ex-funcionário foi condenado pelo júri do tribunal federal de São Francisco, segundo um comunicado da Bloomberg nesta terça-feira (10). Abouammo pode pegar até 20 anos de prisão.
Essa condenação veio anos depois que três funcionários, Abouammo, juntamente com Ali Alzabarah e Ahmed Almutairi (Ahmed Aljbreen), serem acusados de agirem como “agentes ilegais” da Arábia Saudita. E Abouammo também foi incriminado de destruir, alterar e falsificar registros em uma investigação federal.
Os colaboradores foram denunciados de serem alistados por funcionários do Reino da Arábia Saudita para desmascarar seus críticos na plataforma de mídia social. Ambos os trabalhadores começaram a trabalhar no Twitter em 2013.
Segundo documentos judiciais, os acusados se beneficiaram do seu livre acesso aos sistemas internos do Twitter para obter documentos não públicos e não autorizados de usuários de contas específicas que criticavam o regime.
Esses dados continham e-mail, números de telefone, endereços IP e datas de nascimento. Todos os conteúdos foram entregues e em troca, Abouammo recebeu US $ 300.000 em dinheiro e um relógio Hublot Unico Big Bang King Gold Ceramic avaliado em US $ 40.000.
Sem mencionar que, Abouammo também mentiu para agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) quando foi questionado em 2018, afirmando que o relógio era “viciado” e valia apenas US $ 500. O ex-funcionário também entregou para consultoria e trabalho de estratégia de mídia, uma fatura falsificada sobre o recebimento de apenas US$ 100.000.
Abouammo foi preso em 5 de novembro de 2019 e Alzabarah pediu ajuda de Almutairi para fugir dos EUA em dezembro de 2015 e escapar do julgamento.
John F. Bennett, agente especial encarregado do FBI, afirmou na época: “Esses indivíduos são acusados de direcionar e obter dados privados de dissidentes e críticos conhecidos, sob a direção e controle do governo da Arábia Saudita. As ameaças internas representam uma ameaça crítica para as empresas americanas e nossa segurança nacional.”
Via: The Hacker News
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Fonte: Olhar Digital
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