Estão cada dia piores as relações entre os EUA e a Rússia. O Pentágono, sede do Departamento de Defesa norte-americano, acusa o país governado por Vladimir Putin de perseguição a um de seus satélites de reconhecimento, uma prática conhecida como Tailgating – quando elementos não autorizados seguem indivíduos autorizados até localizações seguras, com o objetivo de obter ativos valiosos e informações confidenciais.
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Na última semana, a Rússia lançou o Kosmos 2558, que parece ter sido colocado quase na mesma órbita do USA 326, um satélite norte-americano lançado em fevereiro. De acordo com o cientista holandês Marco Langbroek, especialista em Conscientização Situacional do Espaço Óptico, desde o dia 2 de agosto a espaçonave russa está espelhando a órbita do satélite dos EUA com uma diferença de apenas 0,04 graus e uma separação de 67 km.
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~67 km, most of it in altitude, is a clear safe distance, but close enough to make it interesting given that Kosmos 2558 appears to have been inserted almost exactly in the same orbital plane as USA 326.— Dr Marco Langbroek (@Marco_Langbroek) August 6, 2022
“Isso é um comportamento realmente irresponsável”, disse o general James H. Dickinson, que lidera o Comando Espacial dos EUA (US SPACECOM), em declaração ao jornal NBC Nightly News. “Vemos que está em uma órbita semelhante a um de nossos ativos de alto valor para o governo dos EUA”.
Há rumores de que o Kosmos 2558 é um chamado “satélite inspetor”, capaz de manobrar perto de outras naves espaciais. Segundo o site Space.com, outros satélites russos foram observados no passado exibindo os mesmos comportamentos.
Teste antissatélite da Rússia enfureceu os EUA em 2021
Esta não é a primeira vez que os EUA condenam atividades russas em órbita. Em novembro do ano passado, o país disparou um míssil para destruir um de seus próprios satélites extintos, em um teste antissatélite, deixando para trás milhares de fragmentos espaciais rastreáveis e centenas de milhares de detritos menores e indetectáveis em órbita baixa da Terra, colocando em risco a estrutura da Estação Espacial Internacional (ISS) e seus tripulantes.
Na época, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, declarou que a atitude da Rússia era considerada imprudente. “Este teste aumentará significativamente o risco para astronautas e cosmonautas na ISS, bem como para outras atividades de voos espaciais humanos”.
O administrador da NASA, Bill Nelson, também demonstrou insatisfação com a realização do teste antissatélite russo. “Estou indignado com esta ação irresponsável e desestabilizadora. Com sua longa e célebre história em voos espaciais humanos, é impensável que a Rússia ponha em perigo não apenas os astronautas americanos e internacionais parceiros da ISS, mas também seus próprios cosmonautas”, disse Nelson, na ocasião. “Suas ações são imprudentes e perigosas, ameaçando também a estação espacial chinesa e os taikonautas a bordo”.
*Imagem em destaque: NBC News
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Fonte: Olhar Digital
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