Em comunicado divulgado na quinta-feira (11), o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu o fim imediato dos bombardeios russos ao redor da Usina Nuclear de Zaporizhzhia (ZPP), a maior da Europa, que fica em uma região da Ucrânia ocupada pelas tropas de Putin.
Guterres enfatizou a necessidade urgente de se criar um acordo que estabeleça um perímetro seguro de desmilitarização na área. “Devemos deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia ou a qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar, pode levar a consequências catastróficas não apenas para a vizinhança imediata, mas para a região e além. Isso é totalmente inaceitável”, declarou o secretário-geral.
Por sua vez, oficiais da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) da ONU, afirmam que a Rússia está brincando com fogo e expondo o mundo ao risco de um colapso nuclear. A Ucrânia depende de 15 reatores nucleares para produzir 50% de sua energia, muitos dos quais têm sido alvos estratégicos para os russos.
“Este é um momento grave, e a IAEA precisa receber autorização o quanto antes para conduzir sua missão a Zaporizhzhia”, delarou Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da agência, ao Conselho de Segurança da ONU, do qual a Rússia é membro permanente.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também se manifestou apontando os russos como os únicos responsáveis pelo risco de um desastre nuclear. “Somente a retirada completa dos russos do território da usina nuclear de Zaporizhzhia e seu retorno ao controle ucraniano garantirão a restauração de uma segurança nuclear para toda a Europa”. Já o Kremlin acusou os ucranianos de atirar de maneira imprudente contra as instalações nucleares.
A situação da usina
As tropas da Rússia obtiveram controle da região da usina em 4 de março, pouco depois do início da invasão ao país vizinho. Outro evento que trouxe preocupações internacionais foi a tomada da usina de Chernobyl pelos russos, que a abandonaram em poucas semanas, após supostamente terem sofrido de contaminação radioativa.
A empresa estatal de energia ucraniana Energoatom alegou que a ZPP sofreu cinco bombardeios apenas na quinta-feira (11). Os mísseis teriam atingido um armazém de materiais radioativos.
Embora os níveis de radiação estejam normais e não haja vazamentos na usina de Zaporizhzhia, muitos analistas alertam que trata-se de um desastre esperando para acontecer.
“Qualquer ação militar que ponha em risco a segurança nuclear deve parar imediatamente”, advertiu Grossi na reunião do Conselho de Segurança. “Essas ações militares próximas a uma usina nuclear tão grande podem levar a sérias consequências”.
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Fonte: Olhar Digital
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