Em uma matéria publicada pela revista chinesa dirigida pela agência de censura e vigilância da internet do país, Elon Musk apresentou metas sobre energia sustentável, implantes cerebrais e exploração espacial.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) foi criada em 2013 e é responsável por produzir e executar políticas relacionadas a conteúdo online, informações de usuários e segurançadigital

E após um tempo, o CAC criou uma revista que contém anúncios regulatórios e pesquisas sobre políticas de internet. Inicialmente, a revista foi nomeada de New Media antes de ser renomeada como China Cyberspace no início de 2022.

A edição mais recente da revista contém artigos de Musk e do CEO do Ant Group, Eric Jing Xiandong, organização que administra o serviço de pagamento chinês Alipay. 

Yang Liu, traduziu uma nota de Musk em um post de seu boletim informativo Substack, Beijing Channel. Segundo a nota, Musk relata ter sido convidado pela revista para falar sobre seus “pensamentos sobre a visão da tecnologia e da humanidade” e logo depois descreveu e impulsionou a tecnologia utilizada em suas empresas (Tesla, SpaceX e Neuralink) que ele acredita poder “ajudar a alcançar um futuro melhor para a humanidade”.

“Para isso, qualquer área que contribua para um futuro sustentável merece nosso investimento. Seja Tesla, Neuralink ou SpaceX, essas empresas foram todas fundadas com o objetivo final de melhorar o futuro da vida humana e criar o máximo de valor prático possível para o mundo – Tesla para acelerar a transição mundial para energia sustentável, Neuralink para médicos reabilitação, SpaceX por possibilitar conexões interestelares”, afirmou o Musk.

Além disso, o empresário também falou de alguns de seus objetivos maiores, como, por exemplo: o tipo de tecnologia que suas organizações poderiam (eventualmente) gerar, como uma “cidade autossustentável em Marte”, dessa forma, os humanos “se integrarão a inteligência artificial” e bancos de baterias. Elon Musk comentou um pouco também sobre o humanoide Tesla Bot, um robô de propósito geral desenvolvido pela Tesla.

Elon Musk
Imagem: Daniel Oberhaus/Flickr

Yang Liu chamou o artigo de “uma jogada inteligente” em nome de Musk, já que ele “aproveita a oportunidade de mostrar as proezas tecnológicas de suas empresas para autoridades chinesas e para o público”.

“Espero que mais pessoas se juntem a nós em nossa luta para acelerar a transição mundial para a energia sustentável”, afirma Musk. “Também dou as boas-vindas a mais parceiros chineses com ideias semelhantes para se juntarem a nós na exploração de energia limpa, inteligência artificial, colaboração homem-máquina e exploração espacial para criar um futuro que vale a pena esperar.”

Essa presença de Musk em uma revista relacionada com o CAC vai contra suas falas de ‘liberdade de expressão’, princípio, inclusive, que o fez desistir de comprar o Twitter. 

O CAC estabeleceu diversas políticas a fim de censurar e restringir a comunicação online na China. A Lei de Segurança Cibernética do CAC, por exemplo, exige que os sites tirem seus conteúdos que incluem “informações proibidas” ou então enfrentarão punições do órgão.

É importante mencionar que em 2021 o CAC forçou a remoção do aplicativo chinês de carona Didi das lojas de aplicativos e exigiu que a Apple removesse um aplicativo popular do Alcorão de sua App Store chinesa. 

O CAC também lançou uma linha direta para os usuários relatarem comentários “ilegais” sobre o Partido Comunista Chinês e recentemente propôs leis que obrigavam que sites reformulassem todos os comentários postados por usuários.

Via: The Verge

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