O drama do torcedor paranista não tem fim. Depois de cair da Série A para a B em 2018, da B para a C em 2020, da C para a D em 2021, o clube ainda foi rebaixado no estadual no início deste ano. A única esperança para o clube não ficar sem divisão pela primeira vez em seus 33 anos de existência seria conquistar o acesso na Série D, o que não aconteceu após eliminação nas oitavas de final da 4ª divisão neste final de semana.*
A história do Paraná é de ascensão e queda meteórica na esfera do futebol nacional. O time da Vila Capanema, que chegou a disputar Libertadores nos anos 2000 e foi figura frequente no Brasileirão do início do século, luta cada vez mais por sua existência.
O “fundo do poço” do Paraná parecia ser a queda para a Série D. Na temporada passada, o Paraná foi rebaixado como resultado de anos de uma crise financeira e política, inciada há mais de uma década, e que envolveu perda de patrimônio e prestígio. Não bastasse as sucessivas quedas a nível nacional, no primeiro trimeste de 2022, o clube ainda conseguiu surpreender (negativamente) mais uma vez, ao ser rebaixado em último lugar no Campeonato Paranaense.
Após a queda para a última divisão do futebol nacional, o clube optou por uma reformulação completa do elenco, seja por motivos financeiros ou esportivos. Mais de 20 jogadores que estiveram no Paraná em 2021, não ficaram para este ano. A história se repetiu depois do rebaixamento no estadual, com mais 20 jogadores deixando o clube. Para repor tantas saídas, ou melhor, construir um time praticamente do zero, o clube foi ao mercado e contratou igualmente dezenas de atletas. Ao todo, 58 jogadores fizeram parte do elenco paranista em 2022.
A queda repentina do Paraná assusta. Para quem não se lembra, o clube foi fundado em 1989, como resultado da fusão entre Colorado e Pinheiros, dois clubes que nas décadas de 1970 e 80 apareceram algumas vezes na elite do futebol brasileiro. Jovem, o Paraná se tornou rapidamente uma potência do futebol de seu estado, com títulos Paranaenses seguidos e surgimento nos campeonatos nacionais. De forma ininterrupta, o Paraná esteve na primeira divisão do Brasil entre 1993 e 2007.
Lá em 2007, ano que disputou sua primeira e única Libertadores, o clube acabou rebaixado para a Série B. Foi nesse momento, em que alcançou o cume de sua breve história, que o Paraná ironicamente caiu num poço sem fundo. Entre 2008 e 2017 o clube morou na segunda divisão, e inclusive chegou a cair também no estadual. Em 2018 voltou para a Série A, mas foi apenas uma última aparição, indigna da primeira passagem pela elite. Nos últimos anos, o Paraná se especializou em rebaixamentos: 2018 foi da A para a B, em 2020 da B para a C, em 2021 da C para a D.
Diferente de quando suspirou no passado, o Paraná dependia diretamente do desempenho no estadual, ou pelo menos da Série D. Em ambos falhou. Assim, agora, o clube não terá divisão nacional para 2023 e terá de se contentar com a Segunda Divisão Paranaense, para, de lá, provar que o poço não tem um fundo maior do que seja possível imaginar.
*Texto publicado originalmente em fevereiro de 2022 e atualizado após o não-acesso do Paraná na Série D.
Fonte: Ogol
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