Como o corpo humano é mal adaptado à vida sem gravidade, passar um longo período de tempo no espaço pode trazer uma série de dificuldades e limitações ao nosso organismo. O Olhar Digital já abordou alguns desses problemas, como a perda da densidade óssea, a “síndrome neuro-ocular associada a voos espaciais” (SANS) e os efeitos na musculatura.
Até mesmo as necessidades fisiológicas, como dormir ou ir ao banheiro, por exemplo, são afetadas pelas condições adversas do espaço. Uma curiosidade em relação a isso é a questão da eliminação dos gases do organismo.
Os astronautas podem arrotar ou fazer “pum” fora da Terra? Considerando que esses atos fazem parte da natureza humana, como controlá-los?
Em 2018, um usuário do Twitter perguntou ao ex-comandante da Estação Espacial Internacional (ISS), o astronauta canadense aposentado Chris Hadfield, se os dizeres escritos em uma tampinha de refrigerante eram verdade: “Astronautas não podem arrotar no espaço”.
Hadfield confirmou a veracidade da informação, explicando os motivos. “Você não pode arrotar no espaço porque o ar, a comida e os líquidos em seu estômago estão todos flutuando juntos como bolhas volumosas. Se você arrotar, você vomita na boca. Então, adivinha para onde vai o ar preso?”
Ou seja, os astronautas conseguem arrotar, mas não é recomendável devido à falta de gravidade. Aqui na Terra, quando temos gases presos no estômago, eles sobem para o topo por serem mais leves do que a comida e os sucos gástricos.
No espaço, o gás não sobe. Ele permanece misturado com todas as outras coisas que estão no estômago (como demonstra o vídeo abaixo, um experimento da ISS que colocou um comprimido efervescente em água colorida). Sendo assim, se o gás é expelido pela boca, o que sai é uma espécie de mistura entre arroto e vômito.
“Quando há um arroto no espaço, muitas vezes é um ‘arroto molhado’, o que significa que algum líquido é expelido”, explicou o engenheiro da NASA Robert Frost na plataforma online de perguntas e respostas Quora, em 2016. “É como refluxo ácido”.
Alimentação dos astronautas deve ser restrita para evitar gases
A “saída alternativa” dos gases também representa problemas, já que as estações espaciais são ambientes pequenos e fechados e, portanto, podem ficar bem fedidas.
Na década de 1960, cientistas realizaram experimentos para determinar qual dieta espacial produziria menos flatulências, porque o “pum” era considerado um perigo em uma cabine pressurizada.
Na verdade, existe circulação de ar na ISS para evitar que os astronautas sufoquem em suas próprias exalações de CO2, então os “puns” são removidos também. De qualquer maneira, é obviamente bem desagradável.
Em razão disso, feijões e outros alimentos de alta flatulência, como repolho e couve-de-bruxelas, foram removidos do cardápio de missões espaciais, embora feijões verdes e brócolis sejam permitidos.
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Fonte: Olhar Digital
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