De acordo com dados atualizados durante a coletiva de imprensa do Ministério da Saúde (MS), realizada na segunda-feira (15), o mundo já registra 35.621 casos de varíola dos macacos em 92 países. No Brasil, que é um dos países com mais infecções, o número já alcança, até o momento, 2.893 casos e mais 3.555 suspeitos. Mas, afinal, como saber se estou com o vírus?
Dentre os principais sintomas da varíola dos macacos estão: febre; gânglios inchados (adenomegalia); erupção, caroços ou inchaço na pele; lesões de pele típicas da varíola dos macacos (acompanhadas de dor e coceira); dor de cabeça; dor muscular; cansaço e calafrios. Contudo, somado a esses sintomas, apenas um exame pode comprovar a infecção por monkeypox.
Como é feito o teste de varíola dos macacos?
No Brasil, segundo dados do MS, o diagnóstico para a varíola dos macacos é feito exclusivamente por um teste do tipo PCR seguido de sequenciamento viral de partes específicas do vírus. O sequenciamento é necessário em casos que apenas o teste PCR não consegue identificar o vírus da varíola dos macacos, mas apenas a família a qual ele pertence: o dos Orthopoxvirus.
Conforme informações do G1, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), os testes estão sendo realizados em todas as pessoas que se encaixam nos casos suspeitos. A amostra é coletada com um cotonete (swab) caso as manchas estejam em vesícula. Quando as lesões estão em crosta, a amostra é coletada por raspagem da ferida ou por um fragmento dela.
Segundo site do Ministério da Saúde, oito laboratórios de referência são responsáveis por processar amostras e diagnosticar a doença no Brasil. O teste de sangue ou sorológicos não são recomendados por, geralmente, terem resultados inconclusivos (mas, no caso do de sangue, ele pode ser utilizado se já houver certeza da contaminação).
Vale destacar que ainda não há registro comercial de testes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) específicos para a monkeypox. Por isso, os que estão sendo usados foram criados pelos próprios laboratórios, não podendo assim serem comercializados. A Anvisa já possui seis pedidos de registro de testes comerciais para diagnóstico da doença.
Onde fazer o teste de varíola dos macacos no Brasil?
Além do Sistema Único de Saúde (SUS), que está disponibilizando os testes para casos suspeitos após consulta médica e notificação à vigilância epidemiológica local, também há laboratórios privados que estão oferecendo o exame, como o Grupo Fleury.
Segundo declaração da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), o teste não precisa de prescrição médica, mas mesmo no particular é necessário, antes, uma consulta com especialista. A maioria dos laboratórios que disponibilizam os testes são associados à organização. Os valores da rede particular podem chegar a R$ 450 – a aprovação da Anvisa para os testes rápidos que estão em análise pode baratear os preços.
Vale lembrar que, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), planos de saúde ainda não cobrem os testes da varíola dos macacos.
Assim como ocorre com a Covid-19, os casos suspeitos entram em isolamento quase que imediatamente, sendo liberados ou não apenas após o resultado do teste, que pode sair e até dois dias. Nos casos positivos, apenas após a cura das feridas que os pacientes são liberados, já que a ferida, mesmo com a famosa “casquinha” de cicatrização, ainda é infecciosa. Aqui, diferente da Covid, o isolamento pode ser bem mais difícil, já que não se trata apenas de uma questão respiratória, mas de qualquer contato de pele.
É importante destacar que apesar de algumas poucas semelhanças no quesito segurança, não é possível comparar o vírus da Covid-19 com o da varíola dos macacos, visto que eles se disseminam de forma diferente e possuem manifestações clínicas diferentes.
Quais os requisitos para fazer o teste da varíola dos macacos?
Conforme mencionado, apenas a partir dos sintomas e uma consulta médica você conseguirá um encaminhamento para testagem de varíola dos macacos. O atendimento pode ser procurado tanto no SUS, quanto na rede privada, que possivelmente irá redirecionar o caso aos laboratórios especializados.
Além disso, vale apontar que, conforme levantamento do Ministério da Saúde, entre os contaminados, 95% são homens e a maioria está na faixa dos 30 anos de idade. Apesar de ser uma doença que acomete, em sua maioria, homens que fazem sexo com homens, Marcelo Queiroga, ministro da saúde, fez um alerta na segunda-feira (15), durante coletiva de imprensa, para não se estigmatizar a doença a esse grupo específico ou mesmo discriminá-lo.
Queiroga também lembrou que, apesar do nome da doença, ela não é transmitida por macacos, e fez um apelo para a não agressão desses animais. Saiba mais aqui!
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Fonte: Olhar Digital
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