Os cientistas querem utilizar radiotelescópios para detectar planetas fora do Sistema Solar. Atualmente, a maior parte dos exoplanetas foi descoberta através do método de trânsito, em que um telescópio óptico mede o brilho de uma estrela ao longo do tempo. Esse método é uma ferramenta poderosa, mas tem algumas limitações: o planeta precisa passar entre nós e sua estrela para detectarmos a sua presença.
Apesar de boa parte dos planetas não emitirem muita luz de rádio, as estrelas emitem, o que já é um começo para a detecção de novos mundos. Júpiter, por exemplo, é brilhante graças ao rádio oriundo de seu forte campo magnético. Partículas carregadas do vento estelar interagem com o campo magnético dos planetas e emitem luz de rádio passível de ser captada pelo radiotelescópio.
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O brilho de Júpiter é tão intenso em luz de rádio que até mesmo um radiotelescópio caseiro é capaz de detectá-lo.
Os astrônomos até conseguiram encontrar sinais de rádio vindos de várias anãs marrons com o instrumento, entretanto, não obtiveram um estimulo claro suficiente que pudesse inferir a presença de um planeta parecido com Júpiter, na órbita de outra estrela.
Então, eles decidiram analisar os dados obtidos dessa investigação. Para isso, basearam-se no modelo magnetohidrodynamics (MHD), que mostra como campos magnéticos e gases ionizados interagem, e o aplicaram a um sistema planetário conhecido como 189733 HD, que é conhecido por ter um mundo do tamanho de Júpiter.
Os pesquisadores fizeram simulações de como foi a interação entre o vento estelar, emitido pela estrela anã marrom, e o campo magnético do planeta. A partir desse resultado, foi possível calcular qual seria o sinal de rádio do planeta. Os resultados encontrados foram muito interessantes.
Observações a partir do radiotelescópio
Descobriu-se que o sinal de rádio variava de acordo com o movimento daquele mundo, o que produzia uma curva clara de luz, que indica a precisão das observações adquiridas através do rádio, mais preciso do que observações do Doppler. Além disso, verificou-se que também seria possível detectar interferência da magnetosfera durante a passagem de um planeta na frente de sua estrela. Esse fenômeno pode ajudar os astrônomos a compreender melhor a força e o tamanho da magnetosfera do planeta.
Entretanto, como os sinais são fracos, os cientistas precisariam dispor de uma nova geração de radiotelescópios para vê-los apropriadamente. Se for possível obter os sinais de rádio planetários, eles poderão oferecer uma medida orbital precisa de pelo menos um planeta no sistema, o que ajudará a compreender a composição e o interior de um exoplaneta. Esses seriam grandes avanços naquilo que se sabe sobre os sistemas exoplanetários.
Via: Science Alert
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Fonte: Olhar Digital
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