“A cobra não tem pé, a cobra não tem mão, como é que a cobra sobe no pezinho de limão?”. Parece que essa famosa e antiga canção infantil, finalmente, ganhou uma resposta: a serpente pode fazer isso agora usando pernas robóticas (sim, isso é realmente muito inusitado).
A ideia partiu do engenheiro norte-americano Allen Pan, um apreciador de ofídios e inventor do YouTube. “Quando qualquer outro animal tem pernas deformadas, a humanidade se une para cuspir na cara de Deus”, disse ele, referindo-se ao fato de que é comum desenvolverem próteses para animais com problemas nos membros.
“Mas ninguém ama cobras o suficiente para construir-lhes pernas de robô. Ninguém, exceto eu: o amante de cobras Allen Pan. Construí esse animal incrível e novo ciborgue“, revelou Pan em um vídeo intitulado “Dando às cobras suas pernas de volta”, postado esta semana em seu canal, que conta com mais de 1,8 milhão de inscritos.
Sim, você leu direito. De volta.
Isso porque, segundo uma série de estudos, há cerca de 100 milhões de anos esses animais tinham patas traseiras e dianteiras. E então, conforme evoluíram, primeiro, perderam as “mãos”. Tempos depois, lá se foram as “pernas”. E agora, tudo o que lhes resta é deslizar. Isso teria acontecido para que elas pudessem nadar melhor.
Pan menciona uma pesquisa de 2014, que descobriu que as células antes destinadas a se tornar as duas patas traseiras de uma cobra são recrutadas para formar o hemipênis, um par de órgãos copulatórios usualmente invertidos, guardados dentro do corpo, que são expostos no momento da reprodução por meio de um tecido eréctil.
Apenas um de cada vez é usado para acasalamento, o que parece uma oportunidade perdida para pernas sacrificadas – mas a evolução, às vezes, esconde seus mistérios. Deve ter havido algum tipo de vantagem em ser suave e escorregadio.
Fóssil encontrado no Oriente Médio revela cobra de duas pernas
Até o momento, nenhum registro de cobra de quatro patas foi encontrado nas escavações pelo mundo. Um fóssil promissor descoberto em 2015 acabou por se revelar, na verdade, um lagarto.
No entanto, um fóssil de cobra de duas pernas foi descoberto em 1997 no Oriente Médio. Com cerca de 95 milhões de anos, ele mostra patas traseiras robustas. Pesquisadores suspeitam que o ancestral comum entre esta cobra antiga e as serpentes modernas provavelmente se assemelhava a um dragão de Komodo.
A conexão vai contra a ideia de que as cobras evoluíram sem pernas para se moverem de maneira mais fácil em ambientes aquáticos. Em vez disso, seu estilo de vida sem os membros pode ter surgido para obter algum tipo de vantagem em terra.
Uma teoria é que os ancestrais desses animais passaram suas vidas em tocas, onde não ter pernas teria permitido que eles acessassem presas escondidas em espaços mais apertados.
Embora, hoje em dia, não faça o menor sentido fornecer pernas a uma cobra, o experimento de Pan não deixa de ser interessante. E a cobrinha ficou uma graça com suas perninhas robóticas, não?
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Fonte: Olhar Digital
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