Uma cidade submarina localizada a 700 metros abaixo da superfície, a oeste da Cordilheira do Meio-Atlântico, é um ambiente que foge do padrão no que diz respeito ao abrigo de animais. Além da baixa concentração de gás oxigênio, há a presença de outros gases dissolvidos com concentração maior que o normal no local, como hidrogênio e metano. No entanto, tudo isso pode estar ameaçado pela mineração.
Há uma real preocupação com o local, uma vez que a Polônia anunciou a conquista do direito de minerar o mar profundo ao redor da Cidade Perdida. Essa situação pode causar um desequilíbrio no ambiente e levar à destruição, não intencional, da cidade. Alguns especialistas sugeriram que a Cidade Perdida seja listada como patrimônio mundial, para proteger essa maravilha natural que resistiu por dezenas de milhares de anos como uma força duradoura da vida.
Vida na cidade perdida
A configuração do local faz com a água da região atinja uma temperatura de 40ºC, um tanto quanto hostil para vida animal aquática. Entretanto, durante a exploração, os pesquisadores encontraram um ambiente repleto de vida, com vários caracóis e crustáceos, como caranguejos, camarões, ouriços-do-mar e enguias, vivendo por ali.
Quando se pensa na origem da vida na Terra, logo aparecem alguns componentes que foram essenciais para que esse processo acontecesse, dentre eles, os hidrocarbonetos, estruturas formadas basicamente por hidrogênio e carbono. As explorações da cidade submarina detectaram uma grande quantidade desses elementos, que provavelmente não surgiram da reação com o gás carbônico ou com a luz solar.
Origem da vida na Terra
A partir dessa constatação, os cientistas acreditam que a vida no planeta tenha se originado em um ambiente semelhante a esse, em que reações químicas espontâneas no fundo do mar propiciaram a formação de hidrocarbonetos e, consequentemente, o surgimento da vida. Em 2018, o microbiologista William Brazelton, declarou que esta situação poderia estar acontecendo neste exato segundo em Encélado ou Europa, as luas de Saturno e Júpiter, ou em Marte, no passado.
Diferentemente do que se possa pensar a temperatura da água em torno da cidade perdida, não é oriunda do magma, e sim das reações químicas que liberam metano e hidrogênio. As suas aberturas de calcita são muito grandes, o que sugere que eles estão ativos há.
Via: Science Alert
Fonte: Olhar Digital
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