Central de Zaporizhzhia está tomada pelos russos desde o início do conflito e há risco de uma catástrofe, segundo o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica
Uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está a caminho de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear de Europa e que está fora de controle desde que a Rússia assumiu o controle nos primeiros dias de invasão à Ucrânia, informou o diretor-geral da agência, o argentino Rafael Grossi, que também lidera a missão que é integrada por mais de 10 pessoas. “Chegou o dia, a missão da AIEA está a caminho de Zaporizhzhia. Devemos proteger a segurança da Ucrânia e da maior central da Europa”, escreveu Grossi no Twitter. Ele anunciou que a equipe chegará “esta semana”. Há meses, Grossi solicitava uma visita da AIEA à central, com um alerta para o risco real de uma catástrofe nuclear. Nesta segunda-feira, 29, a Energoatom, operadora das centrais ucranianas, informou que a central de Zaporizhzhia “funciona com o risco de violar as regras de segurança em termos de radiações e incêndios”. A operadora afirmou que “10 moradores da região ficaram feridos nos bombardeios das últimas 24 horas em Energodar”, a localidade onde fica a central. Entre as vítimas, quatro são funcionários da usina.
Nas últimas semanas, Rússia e Ucrânia trocavam acusações sobre ataques realizados próximos à usina e as tropas de Vladimir Putin, pediu uma “pressão” contra as forças ucranianas para reduzir a tensão ao redor da central e “parar de colocar em perigo o continente europeu bombardeando” as instalações e seus arredores, nas palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que chamou de “necessária” a missão da AIEA. O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kouleba, afirmou que “esta missão será a mais dura da história da AIEA devido às atividades de combate que a Rússia executa no local”. De acordo com a Energoatom, no sábado, “a infraestrutura da estação foi danificada, há riscos de vazamentos de hidrogênio e de pulverização de substâncias radioativas”. Entre quinta-feira e sexta-feira, a central e seus reatores de 1.000 megawatts cada foram “totalmente desconectados” da rede nacional de energia por danos provocados nas linhas elétricas, afirmou Kiev. Posteriormente foram reconectados. A prefeitura de Zaporizhzhia informou que distribuiu a partir de 23 de agosto comprimidos de iodo aos habitantes em raio de 50 km ao redor da central, de acordo com as instruções do ministério da Saúde, mas destacou que as pastilhas só devem ser usadas em caso de alerta de radiação.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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