Quando um meteorito é avistado atingindo a superfície terrestre, o evento vira notícia e atiça a curiosidade de muitos de nós. Afinal, não é o tempo todo que isso acontece. Ou é? Nesta matéria, o Olhar Digital responde à seguinte pergunta – e a algumas outras: quantos meteoritos atingem o nosso planeta todo ano?
Antes de tudo, os meteoritos são rochas espaciais que caem na Terra. Muitos de nós imediatamente imaginamos eventos catastróficos nos quais asteroides gigantescos colidem com a superfície terrestre, como o que provavelmente ocorreu há 66 milhões de anos, varrendo os dinossauros da face da Terra; mas esta visão é um tanto exagerada, já que a maioria das rochas que caem aqui são bem pequenas.
Além disso, poucos desses projéteis espaciais sobrevivem à viagem através da atmosfera terrestre, pois a maioria é consumida no processo. Cientistas estimam que menos de 10 mil meteoritos chegam a atingir a superfície terrestre anualmente, em contraste com o número de colisões que a Lua sofre: tratando-se apenas de rochas do tamanho de bolas de pingue-pongue, o nosso satélite natural é atingido 33 mil vezes ao ano. Tudo isso devido à ausência de uma atmosfera.
Os meteoritos que tipicamente chegam a atingir o solo são chamados ‘meteoroides’ e consistem em pequenos asteroides ou em integrantes menores do Sistema Solar. Segundo a American Meteor Society, seu tamanho pode variar de equivalente a um grão de poeira até uma rocha de 1 metro de largura.
Esse tipo de meteorito geralmente é um fragmento de um asteroide ou cometa. Contudo, alguns exemplares podem ser resíduos de planetas e luas atingidas por outros corpos rochosos. Por exemplo, conhecemos mais de 300 meteoritos oriundos de Marte que chegaram até aqui.
Meteoro ou meteorito?
Conforme meteoroides adentram a atmosfera terrestre, a fricção extrema do ar faz com que eles peguem fogo. Essas rochas flamejantes são os famosos meteoros – e nós os enxergamos como riscos de luz atravessando o céu. Meteoros muito brilhantes são conhecidos como ‘bolas de fogo’, que passam pelo céu aos milhares todos os dias, muitos dos quais sobrevoam os oceanos e áreas desabitadas, ou simplesmente ocorrem durante o dia, o que nos impede de vê-los.
Grande parte dos meteoros detectados “advêm de chuvas de meteoros associadas à poeira liberada por cometas”, afirma Gonzalo Tancredi, astrônomo da Universidade da República de Montevidéu, no Uruguai. Contudo, chuvas de meteoros não produzem meteoritos, uma vez que as rochas encontradas nesses fenômenos costumam ser frágeis demais para sobreviver à queda até o chão. Os meteoritos, por sua vez, para serem considerados como tais, precisam aguentar essa jornada infernal.
Calculando o número de colisões
A fim de estimar a quantidade de meteoritos que atingem a Terra todo ano, Tancredi analisou dados da organização acadêmica Meteoritical Society do período que compreende os anos de 2007 a 2018. Neste intervalo, houve 95 relatos de rochas colidindo contra o solo, em uma média de aproximadamente 8 relatos por ano.
Tancredi estima que o número total de meteoritos que atingem a Terra seja igual ao número de meteoritos relatados em áreas urbanas dividido pela porcentagem de terra coberta por cidades em nosso planeta. Com isso, ele calculou que ocorrem, anualmente, por volta de 6.100 quedas de meteorito todo ano ao redor da Terra – apenas cerca de 1800 desses eventos ocorreriam fora do mar.
Ele também afirma que rochas espaciais que medem aproximadamente 10 metros atingem o solo uma vez a cada 6 a 10 anos. Num período de 300 mil a 500 mil anos, a Terra sofre com o impacto de uma rocha de 1 km de largura. Já as catástrofes maiores, como a que provavelmente extinguiu os dinossauros, ocorrem uma vez a cada 100 milhões a 200 milhões de anos.
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Fonte: Olhar Digital
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