No início deste mês de agosto, um usuário do Twitter usou a rede social para compartilhar o seu momento de angústia e publicou um tuíte em que dizia: “Poderia apenas deixar minhas lâminas ganharem esta noite”. O mesmo post recebeu mais de 1,5 mil curtidas, 20 comentários e 25 retweets de outros usuários.
Esta publicação mostra o quanto os tuítes de usuários citando a automutilação aumentaram consideravelmente, tanto é que serviu de exemplo para o estudo do Network Contagion Research Institute e da Rutgers University.
Os pesquisadores fizeram um relatório recentemente e nele constava a descoberta de uma comunidade dentro do Twitter que publica, cada vez mais, imagens ilustrativas e usam hashtags que representam situações sangrentas do ato de automutilação.
O relatório também mostrou que, mesmo com o número pequeno de seguidores desta comunidade, estes tuítes estão recebendo engajamentos assustadoramente altos. Além disso, o relatório mostra que desde outubro de 2021 as hashtags ligadas ao assunto aumentaram cerca de 500%.
Lee Jussim, professor de psicologia da Universidade Rutgers e um dos autores do relatório, afirmou: “Quando você glorifica o corte e outras formas de automutilação, você provavelmente teria o efeito de uma espécie de validação e afirmação. Suspeito que isso esteja encorajando ainda mais. Pra mim é como um contágio da mídia social”.
Lauren Alexander, uma porta-voz do Twitter, disse em uma declaração que a empresa leva muito a sério o conteúdo de automutilação e que vão trabalhar para construir uma internet mais segura.
“Continuamos a rever nossas políticas em conversas com especialistas externos e pesquisas como este relatório para assegurar um equilíbrio entre dar voz a pessoas que estão lutando e remover conteúdo que explora essas lutas”, explicou Alexander.
Fonte: Olhar Digital
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