Normalmente quando pensamos em um telescópio imaginamos o registro de imagens. No entanto, o James Webb é capaz de coletar uma infinidade de informações, inclusive algumas que podem ser transformadas em sons. Nesta quarta-feira (31) a NASA divulgou a sonificação de algumas das primeiras imagens divulgadas do JWST.
Mas como um telescópio grava sons? Na verdade, o processo é uma espécie de tradução feita pelos cientistas, que transformam informações inaudíveis para os humanos em áudios que podemos captar. A intenção é que o material possa permitir que deficientes visuais possam apreciar as fotos do James Webb através dos sons.
“Essas composições fornecem uma maneira diferente de experimentar as informações detalhadas nos primeiros dados do Webb. Semelhante à forma como as descrições escritas são traduções únicas de imagens visuais, as significações também traduzem as imagens visuais codificando informações, como cor, brilho, localizações de estrelas ou assinaturas de absorção de água, como sons”, disse Quyen Hart, cientista sênior de educação e divulgação da Instituto de Ciências do Telescópio Espacial em Baltimore, Maryland. “Nossas equipes estão comprometidas em garantir que a astronomia seja acessível a todos.”
Os resultados preliminares de uma pesquisa feita no Chandra X-ray Center, em Cambridge, mostraram que pessoas cegas ou com baixa visão, e pessoas com visão, relataram que aprenderam algo sobre imagens astronômicas ouvindo. Os participantes também compartilharam que as experiências auditivas ressoam profundamente com eles.
“As reações dos entrevistados variaram – desde a admiração até a sensação de nervosismo”, disse Kimberly Arcand, lúder do estudo.. “Uma descoberta significativa foi de pessoas que são avistadas. Eles relataram que a experiência os ajudou a entender como as pessoas cegas ou com baixa visão acessam as informações de maneira diferente.”
Confira os sons das fotos do James Webb
Nebulosa do Anel Sul
“Nessa sonificação, as cores das imagens foram mapeadas para tons de som – frequências de luz convertidas diretamente em frequências de som. A luz infravermelha próxima é representada por uma faixa de frequência mais alta no início da faixa. No meio do caminho, as notas mudam, tornando-se mais baixas no geral para refletir que o infravermelho médio inclui comprimentos de onda mais longos de luz”, diz a NASA.
Exoplaneta WASP-96 b
“A sonificação varre o espectro da esquerda para a direita. De baixo para cima, o eixo y varia de menos a mais luz bloqueada. O eixo x varia de 0,6 mícrons à esquerda a 2,8 mícrons à direita. As alturas de cada ponto de dados correspondem às frequências de luz que cada ponto representa. Comprimentos de onda mais longos de luz têm frequências mais baixas e são ouvidos como tons mais baixos. O volume indica a quantidade de luz detectada em cada ponto de dados”, explicou à agência.
Nebulosa de Carina
“A sonificação varre a imagem da esquerda para a direita. A trilha sonora é vibrante e cheia, representando o detalhe dessa gigantesca cavidade gasosa que tem a aparência de uma serra. O gás e a poeira na metade superior da imagem são representados em tons de azul e sons de vento, semelhantes a drones. A metade inferior da imagem, representada em tons avermelhados de laranja e vermelho, tem uma composição mais clara e melódica”, destacou a NASA.
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Fonte: Olhar Digital
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