Em busca de alternativas para suplantar o uso de combustíveis fósseis em larga escala, um novo estudo sobre o uso do hidrogênio como combustível aponta para caminhos promissores. Os cientistas realmente acreditam que esse tipo de molécula seja uma fonte limpa e abundante de produção de energia, o que facilitaria a sua prática e baratearia o seu custo.
A recente pesquisa descreveu um método simples, que envolve nanopartículas de alumínio, capazes de remover o oxigênio de moléculas de água e liberar apenas o gás hidrogênio. Esse processo, além de produzir grandes quantidades de hidrogênio, funciona à temperatura ambiente.
Isso significa que a produção não precisa empregar quantidades enormes de energia para produzir combustível. Um fator que torna o uso do hidrogênio ainda mais incrível, é pelo fato de o método ser compátivel com qualquer tipo de água, como as águas residuais e a água do oceano.
O cientista de materiais da Universidade da Califórnia, Scott Oliver, declarou, impressionado, que “não precisamos de nenhuma entrada de energia, e ele borbulha hidrogênio como louco. Eu nunca vi nada parecido.”
O processo acontece porque o gálio, um metal, em contato com a água formam uma reação química contínua. Apesar de essa reação (alumínio-gálio-água) ser conhecida há décadas, a equipe decidiu aprimorá-la e fazer algumas adaptações. Através de técnicas como microscopia eletrônica e difração de raios-X, os pesquisadores conseguiram encontrar a melhor mistura de alumínio e gálio para produzir hidrogênio com maior eficiência.
Como funciona o método que origina o hidrogênio
Segundo o professor de química orgânica da Universidade da Califórnia, Bakthan Singaram, explica como ocorre a reação responsável pela produção do gás. “O gálio separa as nanopartículas e as impede de se agregar em partículas maiores”. A liga rica em gálio tem duas funções: remover o revestimento de óxido de alumínio (que normalmente bloquearia a reação com água) e produzir nanopartículas de alumínio, que permitem reações mais rápidas.
Singaram complementou sua declaração dizendo que “as pessoas têm lutado para fazer nanopartículas de alumínio, e aqui estamos produzindo-as sob pressão atmosférica normal e condições de temperatura ambiente”.
Mais benefícios e próximos passos
Os pesquisadores responsáveis pelo artigo declararam que o método de mistura não é complicado. O material composto pode ser armazenado por pelo menos três meses quando submerso em ciclohexano, utilizado para protegê-lo da umidade, fator que reduz sua eficácia. O alumínio, que também faz parte do método de produção do hidrogênio, é muito mais abundante e mais fácil de obter do que o gálio, principalmente porque ele pode vir de materiais reciclados.
Durante o processo, o gálio pode ser recuperado e reutilizado muitas vezes sem perder sua eficácia. Essa é uma feliz descoberta, pois o principal metal utilizado pode ser reciclado. Agora, o próximo passo da pesquisa, será descobrir como utilizar o hidrogênio em escala industrial. Felizmente, observações preliminares apontam que o elemento tem altas chances de ser bem-sucedido.
Via: Science Alert
Fonte: Olhar Digital
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