As sondas orbitais e terrestres encontraram um penhasco de gelo, com dezenas de milhões de anos de idade, em Marte. Os cientistas suspeitam que esse gelo está aprisionado em todas as latitudes médias do planeta, principalmente na região norte, sob um material liso.
A câmera HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), da Mars Reconnaissance Orbiter, forneceu imagens que indicam a presença de gelo enterrado embaixo da superfície. A fotografia abaixo mostra um penhasco coberto de gelo brilhante.
Segundo Shane Byrne, um dos membros da equipe que analisa as imagens obtidas pela hiRISE, “o material brilhante na face do penhasco é gelado e é preservado apenas porque o penhasco se afasta do equador, por isso é sombreado na maior parte do tempo”. Além disso, ele destaca que as diferentes frequências captadas na leitura do solo “podem indicar camadas no gelo que registram diferentes condições climáticas” pelas quais o planeta passou ao longo de sua história.
Outro ponto levantado por Byrne está relacionado ao desconhecimento sobre o tempo no qual esse gelo levou para se acumular, “estudos em outros lugares de Marte indicam que material como este às vezes tem pelo menos dezenas de milhões de anos”. O especialista destacou se a luz solar atinge essas falésias geladas, e se o penhasco é íngreme o suficiente, corre o risco de uma avalanche ser formada, conforme o gelo sublima, ou seja, passa do estado sólido para o gasoso.
Já em 2019, os cientistas criaram um mapa de gelo de água, a partir dos dados captados da MRO e da missão Mars Odyssey. Na época, eles acreditavam que o gelo poderia estar a apenas 2,5 centímetros abaixo da superfície.
Gelo pode indicar os melhores lugares para a exploração de Marte
Diante dessas possibilidades, a principalmente autora do estudo, integrante do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, Sylvain Piqueux, disse que o uso de um retroescavadeira para alcançar esse gelo seria desnecessário, uma pá já seria suficiente. Ela complementa dizendo que as equipes estão em busca de mais dados sobre gelo enterrado em Marte para que sejam encontrados os melhores “lugares para os astronautas pousarem”.
Essa empreitada ainda vai demorar pelo menos uma ou duas décadas, mas os esforços nesse sentido são mais do que necessários para que tudo seja feito com planejamento e segurança. Por enquanto, a Arcadia Planitia, no norte do planeta, é o alvo mais tentador para pousar.
Via: Universe Today
Fonte: Olhar Digital
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