Conflitos cada vez mais crescentes entre superpotências mundiais, como os EUA, a Rússia e a China, vêm se refletindo no espaço. A agência espacial russa, Roscosmos, por exemplo, já anunciou sua saída do programa colaborativo da Estação Espacial Internacional (ISS). E nesta semana, os chineses criticaram fortemente a primeira tentativa frustrada de lançamento da missão Artemis 1 da NASA em direção à Lua.
Diante desse cenário, um especialista australiano disse estar preocupado com a implantação de tecnologias potencialmente ameaçadoras no espaço decorrentes dessas dissidências.
James Brown, CEO da Associação da Indústria Espacial da Austrália, declarou à emissora de TV europeia Sky News que, atualmente, as preocupações nesse sentido incluem “satélites com armas robóticas que poderiam ser usados para combater e derrubar outros”.
Em janeiro deste ano, um satélite chinês pegou outro do mesmo país, mais antigo, e o tirou de sua órbita para transferi-lo para uma área conhecida como órbita “cemitério”. Em outras palavras, a China estava limpando detritos espaciais, mas o ato foi encarado como um sinal de que, se quiserem, os chineses podem fazer o mesmo com espaçonaves de nações rivais.
O chefe do Comando Espacial dos EUA (US SPACECOM), general James Dickinson, havia declarado ao Congresso norte-americano, em abril de 2021, que estava preocupado com um “sistema futuro para enfrentar outros satélites” usado pela China de forma agressiva.
Um mês depois, o país asiático pousou com sucesso seu primeiro rover em Marte, tendo anteriormente enviado dois outros para a Lua. Essa conquista levou o administrador da NASA, Bill Nelson, a rotular a China como uma “concorrente agressiva” no espaço.
“Empresas e governos têm uma dependência crescente do espaço”, disse Brown. “Precisamos entender mais sobre o que está acontecendo lá em cima e quais são as regras do jogo”.
Ele também mencionou uma das principais preocupações internacionais da atualidade no que se refere às imediações da Terra: à medida que as órbitas ao redor do planeta se tornam cada vez mais ocupadas, o risco de colisões entre objetos como satélites ou pedaços de lixo espacial aumenta.
Um exemplo desse perigo aconteceu em novembro passado, quando a Rússia provocou a ira de outras nações, em especial os EUA, depois de explodir um de seus próprios satélites extintos como parte de um teste de mísseis antissatélite. A ação produziu uma nuvem de milhares de pedaços de detritos espaciais, forçando a tripulação da ISS a se abrigar nas cápsulas de apoio como precaução.
Mais recentemente, o Pentágono, sede do Departamento de Defesa norte-americano, acusou o país governado por Vladimir Putin de perseguição a um de seus satélites de reconhecimento, uma prática conhecida como Tailgating – quando elementos não autorizados seguem indivíduos autorizados até localizações seguras, com o objetivo de obter ativos valiosos e informações confidenciais. O comandante da US SPACECOM classificou o ato como irresponsável.
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Fonte: Olhar Digital
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