Depois da descoberta do “Stonehenge” no leito do rio Tajo, na província de Cáceres, na Espanha, mais um monumento foi descoberto no país europeu. Uma fazenda que seria utilizada para plantar abacates, próxima da cidade de Huelva, foi o palco desta vez.

Espalhadas em um terreno de 600 hectares, os arqueólogos estimam que esse é um dos maiores complexos de pedras em pé, do período neolítico. De acordo com as observações dos especialistas, esse “stonehenge espanhol” tem aproximadamente 7.500 anos, e se apresenta em uma diversidade de tamanhos, formatos e posições, que configuram um verdadeiro quebra-cabeças.

O geoarqueólogo da Universidade Huelva, José Antonio Linares, declarou ao Live Science, que as funções do monumento são tão variadas quanto a sua construção, pois poderia caracterizar questões territoriais, rituais, astronômicas, funerárias, entre outras. O especialista disse que o padrão encontrado “não é comum na Península Ibérica e é verdadeiramente único”.

A humanidade está diante de um “santuário megalítico de tributo, adoração e memória aos ancestrais de muito tempo atrás, disse Linares.

Uma das 526 pedras do Stonehenge de La Torre-La Janera, perto de Huelva, no sudoeste da Espanha. Créditos: Linares-Catela et al., 2022, Trabajos de Prehistoria, CC-BY 4.0

Evidências indiretas de outros materiais enterrados nos mesmos locais sugerem que a maioria das pedras datam do período neolítico, que ocorreu há cerca de 6.500 anos. Os primeiros menhirs (pedras mais antigas e retas) foram encontrados pela primeira vez em 2018, no topo da colina de La Torre-La Janera. Até agora, os arqueólogos encontraram mais de 520 pedras no local. Linares contou que “algumas delas podem ter sido erguidas antes da segunda metade do sexto milênio a.C., ou há cerca de 7.500 anos”.

Monumento pode representar “tumbas” ou “caixões”

Apesar de algumas estruturas estarem dispostas em forma de “dólmens”, ou tumbas, e outras formarem “caixões” ou “cists”, nenhum corpo humano foi encontrado. O geoarqueólogo contou que o terreno ainda não foi escavado e, embora possa ter contido restos mortais em algum momento, os ossos podem não ter sido preservados no solo ácido.

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Imagem: Stonehenge encontrado no sudoeste da Espanha. Créditos: Linares-Catela et al., 2022, Trabajos de Prehistoria, CC-BY 4.0

Um dos stonehenge mais famosos foi encontrado na Grã-Bretanha. Entretanto, há estruturas “megalíticas” ainda maiores em outros lugares, como em Carnac, na França, onde há mais de 10.000 menhirs enfileirados.

Uma pista de que mais pedras ainda estão para ser encontradas é a “magnífica preservação” das estruturas, o que pode ajudar os cientistas a recuperar informações sobre as “ocupações, cronologias, usos e simbolismo desses monumentos”, disse ela ao Live Science por e-mail.

Um estudo completo realizado entre 2020 e 2021 revelou a importância do local. Além disso, as universidades de Huelva e Alcalá financiam uma investigação arqueológica até pelo menos 2026, para compreender melhor esse antigo monumento. Então, espera-se encontrar muita coisa por lá ainda.

Via: Live Science