A Meta, dona Facebook, Instagram e WhatsApp, planeja lançar um departamento para o desenvolvimento de “possíveis recursos pagos” para suas plataformas. A informação surgiu em um recente memorando interno enviado aos funcionários da empresa de Mark Zuckerberg.

A nova divisão é a primeira incursão séria da Meta na criação de recursos pagos em seus principais aplicativos, que reúnem bilhões de usuários. A ideia foi ventilada depois que o negócio de anúncios da empresa foi severamente prejudicado pelas mudanças de rastreamento de publicidade da Apple no iOS, além da retração nos gastos com anúncios digitais. O grupo, chamado New Monetization Experiences, será liderado por Pratiti Raychoudhury, que anteriormente era chefe de pesquisa da Meta.

Em entrevista ao The Verge, o vice-presidente de monetização da empresa, John Hegeman, disse que a empresa ainda está comprometida em expandir seus negócios de anúncios e que não tem planos de permitir que as pessoas paguem para desativar os anúncios em seus aplicativos. “Acho que vemos oportunidades para construir novos tipos de produtos, recursos e experiências pelas quais as pessoas estariam dispostas a pagar e empolgadas com isso”, disse. Porém, Hegeman não detalhou os recursos pagos que estão sendo considerados.

Desaceleração nas vendas por anúncios digitais fez a Meta registrar a primeira queda de receita trimestral. Imagem: shutterstock / rafapress

A receita da Meta vem quase inteiramente de anúncios e, embora já tenha vários recursos pagos em seus aplicativos, a gigante da mídia social não priorizou a cobrança dos usuários até agora. Para Hegeman, essa fonte de receita pode se tornar uma parte mais significativa dos negócios a longo prazo. “Em um horizonte de tempo de cinco anos, acho que isso pode realmente mudar a agulha e fazer uma diferença bastante significativa”, acrescentou.

Administradores de grupos do Facebook já podem cobrar pelo acesso a conteúdos exclusivos, e “estrelas” virtuais podem ser compradas para enviar aos criadores. O WhatsApp cobra de certas empresas a capacidade de enviar mensagens a seus clientes, e o Instagram anunciou recentemente que os criadores também podem começar a cobrar uma assinatura pelo acesso a conteúdo exclusivo. Em junho, o CEO Mark Zuckerberg disse que a empresa não aceitaria um corte nas transações de recursos e assinaturas pagos até 2024.

A Meta não está sozinha e nem é a primeira nesse processo (muito pelo contrário). As redes sociais têm se voltado cada vez mais para cobrança nos últimos dois anos. O TikTok começou a testar assinaturas pagas para criadores no início deste ano, o Twitter pagou Super Follows, e o Discord ganha dinheiro inteiramente com sua assinatura Nitro. Além disso, este ano, o Telegram e o Snapchat adicionaram níveis pagos que desbloqueiam recursos adicionais.

“Obviamente, estamos prestando atenção ao que está acontecendo na indústria”, disse Hegeman. “E acho que existem várias empresas que fizeram coisas interessantes neste espaço. Espero que possamos aprender e imitar ao longo do tempo”, admitiu.

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