Nesta segunda-feira (5), é comemorado o Dia da Amazônia, data utilizada para lembrar a importância do bioma e dar luz às diversas ações de preservação da floresta.
No entanto, ao analisar o termo “Amazônia” no Google Trends – ferramenta da gigante da tecnologia que mostra o que está sendo buscado na internet -, é possível ver que “Ratanabá” é a principal pesquisa relacionada.
A procura pela “cidade perdida” é tão grande que não há espaço para “desmatamento” ou “preservação” nas primeiras colocações dos termos relacionados à floresta, mesmo a Amazônia tendo sofrido com desmatamento recorde nos últimos anos.
Recentemente, uma pesquisa do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) apontou mais de 3,5 mil focos de queimada na floresta, o que representa o maior valor para o mês desde 2002.
O que é Ratanabá?
Há poucos meses, surgiu nas redes sociais um boato sobre uma possível civilização secreta no coração da Amazônia: Ratanabá. Sem muitos detalhes, as publicações sobre a cidade perdida afirmaram que ela seria maior que a grande São Paulo e que esconderia “muita riqueza e tecnologias avançadas de nossos ancestrais”.
Porém, arqueólogos apontaram que não há a menor possibilidade dessa história ser verdade, já que as postagens sobre Ratanabá diziam que a civilização teria existido entre 350 e 600 milhões de anos atrás.
No entanto, nem mesmo os dinossauros existiam há 350 milhões de anos. Os registros dos ancestrais humanos mais antigos são de, mais ou menos, 6 milhões de anos, enquanto a nossa espécie, o Homo sapiens sapiens, surgiu há cerca de 350 mil anos.
Embora o boato sobre Ratanabá tenha tomado grandes proporções, especialistas em arqueologia da região amazônica dizem nunca terem ouvido falar sobre a tal civilização antes de junho deste ano.
Críticos políticos chegam a afirmar que a fake news foi criada para desviar o foco do desaparecimento e assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, na Amazônia.
O burburinho sobre Ratanabá surgiu na mesma época em que o crime tinha ganhado foco mundial e as teorias da conspiração chegavam a dizer que as riquezas da civilização perdida eram enormes, por isso havia interesse de “homens poderosos” de outros países na floresta brasileira.
Ratanabá no Google
Mesmo sendo um grande boato, Ratanabá ganhou lugar de destaque nas pesquisas feitas no Google, principalmente quando se fala sobre a Amazônia.
Buscas pela cidade desaparecida ocupam as oito primeiras posições do ranking de “Pesquisas Relacionadas” à Amazônia. Dos 25 termos totais que compõem o ranking, 14 tratam sobre o tema.
Fonte: Olhar Digital
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