Termo popular na Europa, o “low cost” é normalmente associado às companhias aéreas (e outros serviços em geral) que vendem produtos por bagatelas que deixam os consumidores incrédulos. No futebol, o Nice parece ter encontrado um caminho para o mesmo significado, e logo no campeonato mais poderoso do continente. Os franceses recorreram à Premier League para montar um time, no mínimo, curioso.
Do gol ao ataque, o Nice está reforçado com meia dúzia de jogadores que disputaram a última edição do Campeonato Inglês. Os reforços se juntam a outros nomes conhecidos, como o do brasileiro Dante, do zagueiro Todibo (ex-Barcelona), Schneiderlin (ex-Everton e United), e Lemina (ex-Juve), para tentar levar o Nice ao caminho dos troféus, que não vêm desde o final da década de 1990.
Mesmo com o mercado de transferências fechado desde a última sexta-feira (2), o Nice conseguiu confirmar no final de semana a chegada de Ross Barkley, ao que tudo indica a última contratação dos franceses neste segundo semestre de 2022. Barkley, ex-Chelsea, é mais um nome de peso sem custos para franceses, que no início de agosto anunciaram também a chegada de Aaron Ramsey. O galês havia acabado de rescindir seu vínculo com a Juventus, enquanto Barkley ficou livre de contrato com os Blues na semana passada.
O bom oportunista
Quem olha para o Nice e vê os reforços no mercado de transferências pode não acreditar no destino que alguns jogadores tomaram. O primeiro que pode causar surpresa é Kasper Schmeichel. O goleiro, depois de 11 temporadas pelo Leicester, quis respirar novos ares e os Foxes não se opuseram, em respeito a história construída pelo dinamarquês no clube.
Para contar com Schmeichel, de 35 anos, o Nice desembolsou um valor simbólico de 1 milhão de euros. O veterano passou temporadas e mais temporadas como um dos melhores goleiros da Premier League e só tinha mais um ano de contrato com o Leicester, por isso a transferência foi facilitada.
Outra oportunidade bem aproveitada pelo Nice na janela de transferências foi a situação de Nicolas Pépé. O atacante marfinense foi vice-artilheiro e vice-campeão da Ligue 1 na temporada 2018/19, edição em que dividiu o protagonismo com ninguém menos que Mbappé. No Arsenal, Pépé não convenceu e se tornou figura dispensável, num contexto em que os Gunners buscavam renovação do ataque.
O Nice acabou por conseguir a contratação de Pépé por empréstimo, negócio inimaginável até pouco tempo. O marfinense foi contratado pelo Arsenal há três anos por 80 milhões de euros, à época um valor recorde pago pelo clube pelo jogador que era chamado de “Novo Hazard”.
Fora Barkley, Pépé e Schmeichel, o Nice ainda trouxe do futebol inglês os defensores Mads Sørensen, ex-Brentford e considerado uma promessa do futebol dinamarquês, e Joe Bryan, campeão da última Championship com o Fulham.
Se há curiosidade para saber como este atual Nice se porta, o time vem sendo escalado num 5-3-2 pelo suíço Lucien Favre, ex-técnico do Borussia Dortmund. Schmeichel, Ramsey e Pépé já são titulares, e o time conseguiu passar no play-off da Conference League. Na competição continental, o clube integra o grupo D junto de Partizan, Colônia e Slovacko, precisando conquistar o primeiro lugar para não passar novamente por um play-off. Já no Campeonato Francês, o início não chega a ser dos mais animadores, com apenas cinco pontos em seis jogos. A reação não pode demorar, caso contrário, será difícil alcançar novamente o bom 5º lugar em que terminou na temporada passada – o que certamente seria uma decepção pelo elenco que montou.
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Fonte: Ogol
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