O satélite chinês Yaogan 33 decolou na sexta-feira (02) com o auxílio do foguete Long March 4C, no que configura o 35º lançamento bem-sucedido da China apenas neste ano. Autoridades do país afirmam que o equipamento servirá para “monitorar a terra, o rendimento das colheitas e os desastres naturais“, mas analistas ocidentais enxergam um propósito oculto: a espionagem.

O foguete decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Jiquan, no Deserto de Gobi, deixando para trás um rastro colorido, com nuvens de poeira e fumaça alaranjada pairando ao redor da torre de lançamento. Pouco depois, a Força Espacial dos Estados Unidos reconheceu dois novos objetos na órbita terrestre: um satélite a uma altura entre 680 e 688 km e a seção superior do Long March 4C.

Satélite espião?

Pouco se sabe do satélite Yaogan 33, pertencente a uma série de equipamentos voltados ao sensoriamento remoto. A mídia estatal chinesa informa que ele será utilizado para “experimentos científicos, cálculo de recursos naturais, estimativas de rendimentos de colheitas e prevenção de desastres.”

Contudo, analistas ocidentais suspeitam que os satélites Yaogan possuam usos tanto civis como militares, dentre os quais estaria a espionagem. No mês passado, a China lançou três satélites da série Yaogan 35, aptos tanto para tarefas de observação terrestre, como de captação de sinais de inteligência de outros países.

Segundo o site Nasaspaceflight, o último equipamento da série 33, lançado pelo país no fim de 2020, contava, provavelmente, com um sistema de radar de abertura sintética (SAR, na sigla em inglês) capaz de captar imagens da superfície da Terra mesmo durante a noite e através de nuvens.

Apenas em 2022, a China realizou 35 lançamentos bem-sucedidos, e com a perspectiva de alcançar os 50 até o fim do ano. Seu principal rival econômico e militar, os Estados Unidos, já atingiu este patamar em 2022.