Campanha do atual chefe do Executivo mudou o tom e trouxe declarações polêmicas do ex-presidente; esquerda explora bandeira do Brasil e fala em resgate do verde e amarelo
A menos de 30 dias das eleições 2022, o tom da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição mudou. Se nos primeiros programas do horário eleitoral gratuito o foco eram as realizações da gestão federal, a peça eleitoral que foi ao ar nesta terça-feira, 6, fez menções diretas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamado de “ladrão” por personagens que aparecem na gravação. A escalada ocorre no momento em que as pesquisas realizadas pelo Datafolha e pelo Ipec mostram uma estagnação do chefe do Executivo federal – nas últimas três semanas, Bolsonaro se manteve com 32% das intenções de voto em duas dela e oscilou negativamente para 31% no levantamento divulgado na segunda-feira, 5. O QG da campanha à reeleição gostaria de deixar os ataques ao petista para o ambiente das redes sociais, mas mudou de ideia porque a rejeição do presidente se aproxima dos 50%. Em razão disso, o entorno de Bolsonaro aposta na exploração de declarações polêmicas de Lula para aumentar a rejeição ao ex-presidente da República.
Na sequência, o programa reforça o crescimento da Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal na atual gestão e o aumento na apreensão de drogas, armas e de recursos. “Duro golpe no crime organizado do nosso Brasil. Bolsonaro está combatendo o crime de verdade. Veja a diferença: em apenas três anos, o governo apreendeu mais drogas do que oito anos do governo Lula”, diz o candidato a vice, Braga Netto, na peça eleitoral, que fala ainda em redução histórica dos homicídios e termina com a opinião de um participante sobre o ex-presidente. “Eu acho o Lula um verdadeiro ladrão, que não se importa com ninguém, entendeu? Que não se importa com a sociedade, que rouba a sociedade”, finaliza o vídeo divulgado na TV.
Em contrapartida, a campanha petista focou na defesa do 7 de setembro, data da Independência do Brasil, e na retomada de um “patriotismo saudável”, em clara referência a Bolsonaro. Em sua propaganda, o ex-presidente Lula diz que a bandeira nacional pertence a “mães e pais que trabalham em busca de um sonho” e fala em recuperar o verde e amarelo como um símbolo brasileiro de amor. “Nós temos que abraçar nossa bandeira, trazer ela de volta para nós e provar para esse desgoverno que a bandeira é do povo brasileiro. A bandeira do Brasil é um símbolo de amor. Quem ama o Brasil de verdade não deixa seu povo passando fome”, diz a campanha, que também critica a venda de armas como incentivo ao ódio e as privatizações como perda da soberania nacional e, portanto, do patriotismo brasileiro. A peça eleitoral também pontua propostas sociais e econômicas para um novo governo, como o Desenrola Brasil, para renegociação de dívidas, e o Bolsa Família de R$ 600 mensais, e traz uma declaração de união, feita por Geraldo Alckmin. “Vivemos um momento grave. Nossa democracia e nossa soberania estão sob ameaça. Isso que está em jogo, precisamos nos unir acima das diferenças. Ao nosso lado, tem lugar para todos os democratas, os verdadeiros patriotas desse país. Vamos juntos, eu, você e o Lula verás que um filho teu não foge à luta. Que o próximo 7 de setembro seja um país de esperança”, finaliza o candidato a vice.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários