Até pouco tempo atrás, como forma de divulgar seus novos produtos, as empresas utilizavam anúncios ou uma grande publicidade. Porém os tempos mudaram um pouco e atualmente as novidades de mercado são “abandonadas”.
Isso significa que se tornou difundido, e retrata bastante a forma que as tecnologias geminadas de mídia social e e-commerce mudaram a forma como as pessoas compram. E esse fator impacta diretamente a geração Z e a geração do milênio, pois é bem difícil de escaparem.
A palavra “Drop” não é usada só para o lançamento de algo, mas também como uma abordagem para deixá-los como um eventos de destaque que envolvem relógios de contagem regressiva, edições limitadas de produtos personalizados, colaborações entre influenciadores e marcas e um ciclo viciante de novos lançamentos contínuos.
Existem drops para quase todos os tipos de produtos que você imagina, e no dia-a-dia e você consegue vê-los anunciados nos próprios aplicativos das empresas e nas redes sociais como TikTok, Instagram e Twitter.
Empresas como McDonald ‘s (camisetas e outras roupas em colaboração com estrelas como Kid Kudi) e a fabricante de colchões Serta (tênis de moda almofadada) lançam produtos para fortalecer suas marcas e gerar ‘buzz’.
Porém, a maioria dos drops são itens de pequenos lotes de indivíduos e startups diretas ao consumidor que oferecem lanches, bebidas, cosméticos, brinquedos, produtos digitais e até perecíveis como kombucha e ostras.
Esse conceito de “queda” de produto não é de agora. Começou em lojas de streetwear em Tóquio no final dos anos 80 e foi popularizado nos EUA no final dos anos 90 por marcas de ‘lifestyle’ como a Supreme. Mas, vale ressaltar que, antigamente, os drops faziam com que as pessoas aguardassem horas do lado de lojas exclusivas, para comprar edições limitadas de itens de moda.
Com o advento da internet, esse fenômeno foi se espalhando pelo mundo com mais facilidade e chegou em quase toda parte na economia de consumo dos EUA. É uma mistura de comércio móvel, checkouts de um clique e o surgimento de vídeos curtos no TikTok e seus imitadores, incluindo Reels do Instagram e Shorts do YouTube – todos com algoritmos que permitem que qualquer pessoa se torne um “influenciador”.
E, agora esses produtos não são lançados só em lojas nas ruas mais badaladas das maiores cidades, mas sim em telefones celulares em todos os lugares, com a mesma mecânica, exclusividade, suspense, uma corrida louca para comprar.
Mas afinal, o que é um Drop?
De forma geral, um drop é sempre um produto que alguma empresa lança em edição limitada sem preâmbulo e às vezes pode ser chamado de “shock drop”.
Em alguns casos são anunciados com antecedência que algo está chegando e indica que os usuários devem abrir aplicativo de mídia social ou aplicativo da própria empresa (ou site) para comprá-lo.
Os drops se tornaram algo tão corriqueiro até no mundo da moda que, em 2015, a Nike lançou um app apenas para ‘drop’ de seus próprios tênis, chamado SNKRS.
“Drops como modelo é algo que os consumidores da geração Y e da geração Z estão acostumados agora”, comentou Dennis Todisco, que fez parte da equipe fundadora que lançou o aplicativo SNKRS.
Um dos motivos que os drops estão se popularizando no meio dos jovens é porque isso acaba tornando o momento da compra mais emocionante, afirmou Andrea Hernandez, fundadora da Snaxshot, uma empresa de consultoria de produtos de consumo.
Principalmente no mundo em que vivemos atualmente, em que a maioria das suas compras podem ser feitas em site e algumas até são entregues no mesmo dia. A outra coisa que eles podem fazer é ajudar a convencer os consumidores a confiar que estão recebendo algo bom. Normalmente, as marcas que realizam esses eventos com drops, são marcas que lotam as redes sociais com conteúdo sobre como seus produtos são feitos e por quem, acrescenta Andrea.
Além disso, mais um motivo dos drops estarem ultrapassando as barreiras do mundo da moda, é que agora todos os setores estão passando por problemas parecidos na cadeia de suprimentos, e os drops podem ser uma forma de gerenciar ou até mesmo transformar esses desafios em virtude, diz Marguerite Le Rolland, analista especializada em vestuário e calçados da Euromonitor Internacional.
“Como eles liberam apenas um número limitado de itens e são limitados no tempo, os drops realmente simplificam a logística e a previsão para as marcas, pois não há necessidade de reabastecimento, quando acaba, acaba”, acrescenta ela.
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Fonte: Olhar Digital
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