Após uma noitada com alto consumo de bebidas alcoólicas uma universitária de 21 anos foi ao médico com fortes dores no estômago e acabou descobrindo um câncer raro. A jovem, moradora de Chesham, na Inglaterra, achou que esse e outros sintomas, como cansaço e falta de concentração, eram apenas parte da chamada ressaca, que acontecia sempre que bebia, mas acabou sendo diagnosticada com a doença de Hodgkin.
“Eu saía e bebia bastante e, no dia seguinte, sentia uma dor muito forte na barriga, embaixo do diafragma”, contou ao The New York Post.”Eu tinha que me contrair para tirar a dor surreal… Às vezes eu achava que era uma ressaca, e às vezes eu atribuía isso à carga de trabalho na universidade.”
O que é a doença de Hodgkin?
A doença de Hodgkin, também chamada de Linfoma de Hodgkin, é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.
Assim, o tipo de câncer é considerado uma doença do sistema imunológico e, conforme progride, limita a capacidade do organismo de combater a infecção. Dentre os sintomas, que incluem febre, fadiga e calafrios, está o inchaço dos gânglios linfáticos do pescoço, das axilas ou das virilhas – algo que é visível ou perceptível com o avanço da doença.
“Eu tinha cerca de seis [caroços] que eu podia sentir, e foi para o meu peito e comecei a ter um caroço muito grande no meu peito”, relatou Molly Hunt sobre seus sintomas.
Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o linfoma de Hodgkin tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo) se transforma em uma célula maligna capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones. Com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e tórax.
O linfoma de Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa etária; porém, é mais comum entre adolescentes e adultos de 15 a 40 anos. Idosos com 75 anos ou mais também podem desenvolver a doença.
Ainda de acordo com o INCA, a incidência de casos novos permaneceu estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970 devido aos avanços no tratamento. A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curado a partir de quimioterapia, radioterapia e, em casos raros, transplante de células-tronco.
“Minha mensagem seria: ninguém conhece seu corpo como você, e se você sabe que há algo errado, verifique, porque isso pode definitivamente salvar sua vida”, pontuou Hunt. A jovem iniciou a quimioterapia e seu corpo tem respondido bem ao tratamento – ela compartilha em sua conta do TikTok informações e seu dia a dia após a descoberta da doença.
Linfoma de Hodgkin x Linfoma não Hodgkin
Vale destacar que também existe o chamado Linfoma não Hodgkin (LNH). Ambas as condições são hematológicas, ou seja, relacionadas ao sangue e aos órgãos hematopoiéticos (medula óssea, gânglios e baço), mas possuem algumas diferenças que, para serem determinadas, precisam de exames que identifiquem qual o tipo de linfócito afetado. Entre algumas outras distinções estão:
Linfoma de Hodgkin: se espalha de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro grupo; começa na parte superior do corpo (pescoço, tórax ou axilas); há presença de células de Reed-Sternberg; é menos comum.
Linfoma não Hodgkin: se espalha de maneira não ordenada; pode começar em qualquer lugar do corpo; não tem a presença de células de Reed-Sternberg; atinge pessoas mais velhas; é mais comum.
Fonte: Olhar Digital
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