O Brasil recebeu, na segunda-feira (5), o material biológico necessário para iniciar o desenvolvimento de uma vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox). A doação partiu do Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health – NHI), agência de pesquisa médica dos Estados Unidos, para o Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com informações da Agência Brasil, esse é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina nacional contra a doença. Conhecido tecnicamente como sementes do vírus vacinal, com o material será possível desenvolver o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é a matéria-prima para a produção das vacinas. O CTVacinas receberá o lote e trabalhará em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos).
A iniciativa é uma das ações definidas como prioritária pelos pesquisadores brasileiros que integram a CâmaraPOX Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Constituída em maio deste ano, o grupo formado por oito pesquisadores brasileiros especialistas em varíola e outros poxvírus assessora o MCTI sobre o assunto em relação à pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Brasil e varíola dos macacos
Recentemente, o Brasil registrou a segunda morte por varíola dos macacos. O óbito ocorreu no Rio de Janeiro e, segundo a Secretaria municipal de Saúde de Campos, a vítima apresentava baixa imunidade e comorbidades, que agravaram o quadro da doença.
Cerca de 90 países onde a varíola dos macacos não é endêmica já relataram mais de 478 mil casos da doença viral. As mortes fora da África, onde o vírus é endêmico, são raras. Países não endêmicos que relataram mortes por varíola incluem Brasil, Cuba, Equador, Índia, Espanha e, mais recentemente, Estados Unidos.
No final de agosto, o Ministério da Saúde informou que recebeu o primeiro lote de tecovirimat, antiviral aprovado para o tratamento da varíola dos macacos no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também liberou o uso da vacina Jynneos/Imvanex.
Fonte: Olhar Digital
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