Por: Gracindo Ramos
Pesquisa nacional revela que 45% das mulheres já tiveram o corpo tocado sem consentimento; 31% afirmam que já sofreram tentativa ou abuso sexual
Levantamento inédito mostrou que no Brasil 45% das mulheres afirmam já terem sido tocadas no corpo sem consentimento em local público. A pesquisa foi realizada pelo instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) e divulgado pelo instituto Patrícia Galvão, com apoio da Uber. Apenas 5% dos homens entrevistados admitem a prática.
Os dados ainda apontam que 32% das mulheres já passaram por importunação ou assédio sexual no transporte público. Mas nesses casos nenhum homem reconhece ter praticado os atos. As informações são do g1. Segundo o site, a pesquisa ouviu 1.200 pessoas em todo o país, sendo 800 homens e 400 mulheres, entre os dias 21 de julho e 1 de agosto. Todos os entrevistados têm mais de 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O estudo indica dados alarmantes em relação às práticas invasivas contra as mulheres, como assédio sexual, importunação e perseguição. 41% das brasileiras relatam já terem sido agredidas ou xingadas por dizerem “não” a uma pessoa que estava interessada nelas. Já 31% afirmamque já sofreram tentativa ou abuso sexual.
Crimes sexuais e violência contra a mulher em Dourados
A violência e ataques contra as mulheres têm marcado a cidade de Dourados nos últimos dias. No dia 13 de setembro, um psicólogo de 63 anos foi preso acusado de abusar e assediar pacientes nas cidades de Dourados e Fátima do Sul, onde ele também atendia.
O homem teria se aproveitado de sua condição profissional e da vulnerabilidade e fragilidade das vítimas para cometer abusos. A denúncia que resultou na operação para prender o psicólogo partiu de uma adolescente de 15anos e sua mãe, que relataram à Delegacia de Atendimento à Mulher de Fátima do Sul a acusação do crime. Outras denúncias de mulheres contra o profissional têm surgido nos últimos dias.
No dia 11 de setembro, um crime brutal conta a adolescente indígena Ariane de Oliveira, de apenas 13 anos de idade, também foi revelado. O corpo da vítima foi encontrado em um matagal da cidade, após 8 dias de desaparecimento. Um adolescente de 17 anos foi apreendido como autor do crime. O acusado confessou ter estrangulado a garota até a morte. Ele teria obsessão por Ariane e disse ter agido motivado por ciúmes. A polícia investiga se houve também houve crime sexual contra a vítima.
Outro caso grave aconteceu com uma estudante universitária, que relatou momentos de terror ao sofrer estupro na noite do dia 17 de agosto, quando seguia para a Faculdade de Direito e Relações Internacionais. Ela foi abordada pelo criminoso na Rua Quintino Bocaiúva, a três quadras da UFGD, e levada para um terreno baldio sob ameaças do homem que dizia estar armado. Após a violência, o estuprador fugiu. “Ele foi embora. Ele não pediu meu celular. Ele não pediu dinheiro. Ele não pediu meu cartão. Ele não pediu nada”, relatou a vítima.
Com a ajuda de uma amiga, ela acionou a Polícia Militar. A vítima recebeu atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e no HU (Hospital Universitário) da UFDG. A denúncia foi realizada na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM). Um suspeito do crime já teria sido identificado pela polícia.
Após o caso e outros relatos de crimes ocorridos na região da Vila Progresso e Jardim Universitário, a Prefeitura de Dourados realizou troca de iluminação e poda de árvores no local, além de notificar proprietários de terrenos particulares da região para que a limpeza seja feita. O município também informou que a diretoria geral da Guarda Municipal de Dourados intensificou as rondas ostensivas nos períodos de entrada e saída de estudantes das universidades.
Fonte: Dourados Agora




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