Um planeta semelhante a Netuno está nascendo em um disco protoplanetário, composto por anéis de poeira e gás, de uma jovem estrela. A astrofísica Feng Long, que liderou o estudo, disse que “detectar diretamente planetas jovens é muito desafiador”, poucos casos foram bem sucedidos.
Ela complementa sua fala ao declarar que registrar o nascimento desses planetas, que têm dados muito fracos, é extremamente difícil, pois as espessas camadas de gás e poeira que se formam em torno das jovens estrelas impedem uma visualização plena do objeto.
Long defende que novas técnicas de detecção de planetas sejam criadas, pois geralmente as observações são confusas e não permitem chegar a nenhuma conclusão totalmente correta de forma rápida e com poucos dados.
O objetivo desse estudo foi realizar a análise do disco protoplanetário conhecido como LkCa 15, localizado a 518 anos-luz de distância, na constelação de Touro. Essa pesquisa seguiu dados e evidências anteriores disponibilizados pelos cientistas do Observatório ALMA, no Chile.
Ao observar o disco, Long identificou dois ramos separados e brilhantes de material dentro dele. A partir do exame do cenário com modelos de computador para desvendar o que causava o acúmulo de material, o pesquisador viu que o tamanho e localização eram correspondentes ao modelo que detecta a presença de um planeta. “Estamos vendo que esse material não está apenas flutuando livremente, é estável e tem uma preferência onde quer estar localizado com base na física e nos objetos envolvidos”, explica Long.
Os métodos de busca de planetas precisam ser aperfeiçoados
Os cientistas já conseguiram estimar o tamanho do planeta, acredita-se que ele tenha aproximadamente as dimensões de Netuno ou Saturno, e cerca de um a três milhões de anos, ou seja, um jovem planeta em termos cósmicos.
Infelizmente, ainda não foi possível conseguir imagens diretas do pequeno planeta devido algumas restrições tecnológicas, mas Long acredita que novas observações do ALMA da LkCa 15 podem fornecer evidências adicionais que sustentem essa descoberta. Ela espera que sua nova abordagem para detectar planetas seja utilizada no futuro pelos astrônomos. “A única ressalva é que [esse método] requer dados muito profundos, pois o sinal é fraco”, finalizou a cientista.
Via: Phys
Fonte: Olhar Digital
Comentários