Há alguns anos, a Ubisoft vem lutando para melhorar sua imagem na indústria dos videogames, manchada principalmente pelas acusações de abuso e ambiente de trabalho tóxico que surgiram em 2020. No entanto, a empresa de games ainda está sendo criticada por funcionários.
De acordo com uma matéria publicada pela Axios nesta última quinta-feira (15), funcionários da Ubisoft alegam que as mudanças da empresa foram mínimas desde 2020. Eles afirmam que continuam requisitando melhorias nos locais de trabalho do estúdio.
Um dos críticos é Marc Rutschlé, designer de jogos da Ubisoft Paris. Para ele, muitos funcionários são impactados devido ao ambiente de trabalho abusivo estruturado pela empresa. O designer também lembrou de um processo movido contra o estúdio e afirma que deseja ver justiça no caso.
“Não são os assediadores que criam uma cultura tóxica. É uma cultura tóxica que produz assediadores”, disse Rutschlé. “Queremos explicações. As pessoas tóxicas que deixaram a empresa – porque grande parte delas acabaram de sair e não foram demitidas – nunca deram nenhuma explicação para seus comportamentos. Esta vai ser a chance de ouvi-las, mas em um tribunal”, acrescentou o designer gamer, que também pede a contratação de mais mulheres e transparência nas investigações.
Outras fontes não se identificaram na matéria da Axios, mas também comentaram sobre a situação envolvendo a Ubisoft. Para elas, as pessoas estão mais cientes dos problemas que ocorrem na empresa, mas a correção dessas questões está acontecendo de forma superficial. Uma das fontes afirmou que as manifestações de “colaborados corajosos” foram a causa das poucas mudanças que a administração do estúdio realizou.
“Todo o recente treinamento adicional de assédio e abuso ensinou os gerentes a dizer as coisas certas – ou pelo menos não dizer as coisas erradas – e parecer agir de maneira correta”, alegou outra fonte.
O CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, recentemente concedeu uma entrevista ao site GamesIndustry.biz e falou sobre as acusações envolvendo a empresa. Segundo ele, o estúdio vem evoluindo bastante nessas questões e está aberto a sugestões para melhorar em vários pontos.
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“Fizemos muito e acho que somos uma empresa que pode se orgulhar de si mesma”, afirmou Guillemot. “Devemos consertar isso e estão nos ajudando a fazer melhor. Estamos abertos a críticas e, quando são pontos válidos, vamos atrás deles para resolvê-los”, completou.
Desde 2020, alguns membros da Ubisoft envolvidos em acusações de abuso e assédio foram demitidos, como o diretor de relações públicas, Stone Chin, e o diretor criativo de “Assassin’s Creed Valhalla“, Ashraf Ismail. No caso de Ismail, algumas especulações apontaram que ele havia sido contratado pela Tencent e já estaria trabalhando para o conglomerado chinês.
Informações via Axios e GamesIndustry.biz
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Fonte: Olhar Digital
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