Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Tarcísio projeta segundo turno contra Haddad e critica governo Doria e Garcia: ‘Fizeram muito mal a SP’

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Em entrevista à Jovem Pan, candidato ao Palácio dos Bandeirantes disse que ‘chegou a hora do fica em casa valer’ para os tucanos e que campanha por voto útil reflete ‘temor’ por parte do PT

A 10 do primeiro turno das eleições, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) está tecnicamente empatado com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), na segunda colocação da corrida ao governo do maior Estado do país. É o que aponta a mais recente pesquisa Ipec, divulgada na terça-feira, 20. De acordo com o instituto, o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 22% das intenções de voto, ante 18% do tucano. Como a Jovem Pan mostrou, a coordenação da campanha garante que a distância para o postulante do PSDB é maior, de aproximadamente 8 pontos, o que, em razão do exíguo tempo até o dia 2 de outubro, leva o entorno de Gomes de Freitas a projetar uma eventual disputa em segundo turno contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que lidera com 34% das intenções de voto. Em entrevista exclusiva ao site da Jovem Pan, Tarcísio disse confiar em sua presença na segunda etapa de votação, fez críticas à gestão Doria-Garcia e à campanha de voto útil encampada pelo PT no plano nacional, a fim de garantir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Pelo resultado das pesquisas, é possível dizer que São Paulo está dividido em dois: a região metropolitana apoia a candidatura de Haddad, enquanto o senhor tem melhor desempenho no interior do Estado. O senhor concorda com essa avaliação? Diante desse quadro, o senhor pretende focar na região metropolitana nesta reta final de campanha? O diagnóstico está correto. Estamos muito bem no interior de SP, trazendo eleitor conservador e bolsonarista para nós, conseguimos fazer essa conexão com esse eleitor e, hoje, na região metropolitano, há uma presença forte do Haddad, do PT. O foco, nessa reta final, vai ser trabalhar o entorno. Estaremos presentes na região metropolitana, Osasco, Guarulhos, Mogi, Taubaté, São José dos Campos, Campinas, Sorocaba, mas fica nesse entorno.

O que as pesquisas internas da campanha do senhor apontam sobre a situação na capital? Crescemos bastante. Quando começamos [a campanha], estávamos muito mal, era um ponto de bastante preocupação, mas crescemos bastante. Não o suficiente para suplantar o PT, mas com um crescimento na capital, o que nos entusiasma. Tivemos um excelente resultado em uma região que seria muito difícil para nós. Agora é esperar o resultado da eleição e trabalhar, nessa próxima etapa, capital e região metropolitana.

Haddad perdeu a disputa para a Prefeitura de São Paulo para Doria em 2016. Em 2020, o candidato do PT, Jilmar Tatto, também não foi ao segundo turno. Por que, em 2022, o petismo é forte na capital paulista? Era outro contexto, outro cenário. Hoje, você tem um Brasil muito dividido, um país que saiu machucado da pandemia e que às vezes não consegue, temos uma questão de percepção dos efeitos da pandemia, mas essa percepção desgasta o atual mandatário. O Brasil polarizou, essa percepção de piora da inflação, de resultado da pandemia ainda está muito presente, o Brasil está retomando, empregos sendo criados, mas muita gente não percebeu isso, então, é daí que vem a divisão, é por isso que o PT está melhor na região metropolitana. Por ter recall, Haddad vai junto. Para mim, é isso o que explica o resultado nessa região, neste momento.

Na política, há uma máxima de que não se escolhe adversário. Mas, assistindo aos dois debates realizados na TV até aqui, fica a impressão de que o senhor quer Haddad no segundo turno, e vice-versa, para trazer para São Paulo a polarização Lula-Bolsonaro que ocorre no plano nacional. O senhor prefere o candidato do PT no segundo turno? Não temos que escolher adver´sario, temos que mostrar nosso projeto, mas acho que teremos um segundo turno Haddad-Tarcísio. Estamos vendo em São Paulo um espelhamento do que ocorre no Brasil. Devemos ter um candidato de Lula e outro de Bolsonaro. Acho que é isso o que deve acontecer.

Por que Garcia não tem força, na avaliação do senhor? Porque ele não tem padrinho.

Tem, mas esconde… É. Tem, mas esconde, porque o padrinho dele [o ex-governador de São Paulo João Doria] virou tóxico. A traição está muito recente na história recente do PSDB. É um traindo o outro, um negócio terrível. Aquele que o lançou para o governo, agora, está sendo escondido, que é o Doria. Segundo as palavras do próprio Doria, o Garcia era o CEO do governo. Ou seja: no final das contas, ele [Garcia] foi o comandante, o arquiteto dessa grande tragédia que foi o governo Doria, um governo para ser esquecido, esse grande desmanche que foi o governo Doria. Está na hora do “fica em casa” valer para essa turma, porque eles fizeram muito mal a São Paulo nesses últimos anos.

O Datafolha, um instituto respeitado e que tem histórico de longa data, mostra uma distância de 12 pontos entre Lula e Bolsonaro. O senhor não é o único do entorno do presidente que diz acreditar que a vantagem do petista é menor, de cerca de 8 pontos. Mesmo assim, não é uma vantagem muito grande para ser superada em 10 dias? Quase um ponto por dia. Você não precisa tirar essa distância até o primeiro turno.

Mas quem vira o primeiro turno na frente, historicamente, vence. Nunca houve virada… Entendo o seguinte: você precisa chegar ao segundo turno. E o presidente Bolsonaro irá para o segundo turno. Tenho confiança de que ele vai crescer, as pessoas estão começando a sentir o efeito de algumas coisas: os combustíveis estão caindo, Auxílio Brasil entrando, estão vendo que uma pessoa teve preocupação com a renda delas. Vamos começar a perceber uma baixa no preço dos alimentos, estamos saindo do período de entressafra de alguns produtos, estamos tendo forte deflação, as maiores desde o Plano Real. A população começa a sentir isso. Presidente pode crescer por isso. Para mim, isso é claro. Essa campanha de voto útil que está sendo feita é uma resposta ao temor de que o presidente ganhe mais um mês de fôlego e mude o cenário de figura. Acho que esses institutos de pesquisas mais tradicionais, mais badalados, estão apostando alto e teremos surpresa no dia 2 de outubro.

Fonte: Jovem Pan News

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