Esta semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a fazer ameaças envolvendo um possível ataque nuclear contra a Ucrânia. Em um pronunciamento na TV estatal local, o governante anunciou ainda uma “mobilização parcial” dos russos reservistas em idade de combate.
Diante da declaração do presidente de que vai usar “todos os meios necessários” para a defesa do país, crescem os temores de uma guerra nuclear entre a Rússia e o Ocidente, em especial os países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar liderada pelos EUA que está apoiando a Ucrânia desde o início das invasões, em fevereiro.
De acordo com o comparativo entre o arsenal nuclear da Rússia e do país governado por Joe Biden apresentado pelo Olhar Digital na quarta-feira (21), a nação soviética está em ampla vantagem – tanto em termos de números quanto do potencial destrutivo, principalmente do mais moderno míssil russo, apelidado pelos próprios rivais de “Satanás II”.
Dados publicados pela Janes, agência global que fornece análises na área de inteligência de defesa, indicam que a Rússia tenha mais de 6 mil ogivas nucleares, incluindo cerca de 4 mil em arsenal ativo e o restante em desmantelamento. As ogivas são formadas por uma arma nuclear encapsulada na parte cilíndrica de um foguete, míssil ou projétil.
Segundo a Federação dos Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês) esse arsenal, junto com o dos EUA (com cerca de 4 mil), representa 90% das ogivas nucleares do mundo todo.
Os outros 10% desse tipo de armamento de destruição em massa estão distribuídos entre pelo menos sete países: Índia, Paquistão, Israel, Coreia do Norte, França, Reino Unido e a China, que ocupa o terceiro lugar no ranking das nações com maior arsenal nuclear, conforme vemos no quadro abaixo.
De acordo com a revista Exame, inclusive, um relatório divulgado no fim do ano passado pelo Pentágono, sede do Departamento de Defesa norte-americano, aponta que a China está desenvolvendo seu arsenal nuclear muito mais rápido do que o esperado.
Conforme o levantamento, o país asiático poderá ter 700 ogivas nucleares em 2027 e chegar a mil em 2030, um arsenal duas vezes e meia maior do que o previsto no relatório de 2020.
Naquele ano, o levantamento do Pentágono sobre a capacidade nuclear da China afirmava que o país tinha cerca de 200 ogivas e que elas dobrariam até 2030. No entanto, ao longo dos meses seguintes, foram divulgadas fotos de satélite de novos silos de mísseis nucleares no oeste do gigante asiático.
O estudo aponta que, assim como os EUA e a Rússia, as duas maiores potências nucleares, a China está construindo uma “tríade nuclear” com a capacidade de lançar mísseis balísticos por terra, ar e de submarinos.
Segundo o Pentágono, a China é sua principal preocupação de segurança para o futuro, à medida que Pequim promete transformar o Exército de Libertação Popular (ELP) em uma “força de nível mundial” até 2049, de acordo com seu plano oficial.
Da mesma forma que os militares norte-americanos fazem há décadas, a China expande suas forças aéreas, espaciais e marítimas com o objetivo de projetar seu poder globalmente.
A rivalidade aumentou a preocupação com um possível confronto entre EUA e a China, especialmente em relação a Taiwan, uma democracia autônoma que Pequim reivindica como seu território, mas que tem o apoio de Washington.
Em agosto deste ano, a tensão ganhou força com a visita da presidente da Câmara dos Deputados norte-americana Nancy Pelosi à nação insular. Um dia depois da partida de Pelosi, a China disparou 16 mísseis balísticos nas águas do estreito de Taiwan, como parte de exercícios militares destinados a uma demonstração de força.
O relatório do Pentágono afirma que a rápida modernização militar da China tem por objetivo ter, até 2027, a capacidade de superar qualquer retrocesso nos esforços para retomar Taiwan, seja por pressão ou força militar.
Fonte: Olhar Digital
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