Os pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, se surpreenderam durante as escavações na zona de subducção de placas tectônicas, em Nankai, no Japão. Eles descobriram que aquela área, responsável por produzir grandes terremotos quase todos os séculos, é menor do que o esperado.
Além dessa constatação, o estudo feito no local indica que não há grandes sinais de estresse tectônico reprimido. Ao contrário das previsões, o estresse horizontal esperado foi perto de zero, como se a placa já tivesse liberado sua energia reprimida. Segundo o diretor do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas (UTIG), que co-liderou a pesquisa e a missão científica, Demian Saffer, esses achados não alteram a perspectiva de longo prazo para essa falha em específico.
Dentre as causas que justificam essa baixa energia acumulada, os cientistas especulam que a falha simplesmente precise de menos energia reprimida do que se pensava para produzir um grande terremoto, ou que as tensões estão mais perto da falha do que a exploração foi capaz de alcançar. Outra hipótese indica que o empurrão tectônico pode surgir de repente durante os próximos anos.
O último tsunami formado por essas placas tectônicas aconteceu em 1946 e causou a morte de milhares de pessoas. De acordo com as previsões, provavelmente o próximo tsunami ocorrerá durante os próximos 50 anos.
Baixa previsibilidade de grandes terremotos
Saffer alegou que esses resultados mudam a maneira como os pesquisadores pensam e analisam esse sistema. A partir disso, novos dados sobre as ligações entre as forças tectônicas e o ciclo de terremotos podem melhorar as previsões de quando esses eventos acontecem, tanto em Nankai quanto em outras falhas.
Falhas como Nankai geram os tsunamis mais poderosos e prejudiciais do mundo. Por enquanto, infelizmente, os cientistas alegam que ainda não existe uma maneira confiável de saber quando o próximo grande evento irá acontecer.
O pesquisador da Universidade de Washington que é o primeiro autor do artigo, Harold Tobin, declarou que está otimista, pois acredita que “com mais observações cada vez mais diretas como esta [da pesquisa], podemos começar a reconhecer quando algo diferente está ocorrendo”.
A esperança é que, medindo diretamente a força sentida entre placas tectônicas empurrando umas às outras — estresse tectônico — os cientistas possam aprender quando um grande terremoto está pronto para acontecer. A medição direta desses eventos é extremamente difícil, pois essas falhas estão localizadas no oceano profundo.
Até agora, a expedição de perfuração de Saffer e Tobin é o mais próximo que os cientistas chegaram. De qualquer forma, os pesquisadores asseguraram que a perfuração mostrou a necessidade de uma investigação mais aprofundada e monitoramento a longo prazo do local.
Via: Phys
Fonte: Olhar Digital
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