Nesta quarta-feira (12), os observadores do céu noturno têm uma ótima razão para contemplar a imensidão do firmamento. Isso porque, dando continuidade à sua “turnê mensal” de outubro pelos planetas, a Lua vai passar por Urano.

Depois de “visitar” Saturno e Júpiter, nosso satélite natural vai compartilhar a mesma ascensão reta com o penúltimo planeta do Sistema Solar, aparecendo muito próximo a ele no céu por cerca de 47 minutos, em um fenômeno conhecido como conjunção astral. 

Lua e Urano vão compartilhar a mesma ascensão reta no céu nesta quarta-feira (12), em um fenômeno chamado de conjunção astral. Imagem: SolarSystemScope

No Brasil, a dupla estará visível no céu matinal, tornando-se acessível por volta das 20h44 (horário de Brasília), quando atingir uma altitude de 7° acima do seu horizonte oriental. Eles então alcançarão seu ponto mais alto no céu à 1h50 de quinta-feira (13), a 57° acima do seu horizonte norte. 

De acordo com o site In-The-Sky.org, a Lua estará com magnitude de -12.5, e Urano com uma taxa de 5.7, ambos na constelação de Áries. O par não estará próximo o bastante para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou com um par de binóculos.

Ainda segundo o guia astronômico, a dupla estará em uma separação angular de 150° do Sol, que fica em Virgem nesta época do ano.

Ocultação lunar de Urano

Observadores baseados em determinadas partes do mundo também terão a oportunidade de testemunhar outro fenômeno envolvendo os dois astros. A Lua passará na frente de Urano, criando uma ocultação lunar visível na área em destaque no mapa abaixo, ou seja, um extenso pedaço da América do Norte.

Mapa mostra as regiões do planeta de onde será possível observar a ocultação lunar de Urano. Imagem: In-The-Sky.org

Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). 

A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia.

Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

No mapa, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Urano é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde cada evento provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde cada evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.

Fora dos contornos (que é o caso do Brasil), a Lua não passa na frente de Urano em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.

O próximo planeta a receber a visita da Lua este mês será Marte (15). Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.